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No Rio, UPPs batem recorde de PMs feridos e mortos

Em quatro meses, 25 policiais foram atingidos por tiros este ano. Ao longo de 2013, foram 24 as vítimas de disparos. Mortos em 2014 já são quatro, contra três casos no ano passado

Por Leslie Leitão 1 Maio 2014, 13h37

Por volta das 9h desta quinta-feira, 1º de maio, o Rio de Janeiro bateu um triste recorde. O soldado Alisson Sturião de Aragão, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora do Alemão, foi atingido no maxilar por um tiro disparado por traficantes. Ele foi o 25º PM ferido este ano nas UPPs – número que supera os 24 baleados nessas unidades ao longo de 2013. Os números de policiais mortos e baleados nas favelas chamadas de “pacificadas” pelo governo do Estado expõem uma crise que parece resistir às medidas emergenciais adotadas até agora, como envio de militares do Exército e a criação de delegacias em favelas. A crise nas UPPs, a menos de dois meses da Copa do Mundo de 2014, ganha repercussão na imprensa internacional, que cita casos como a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG, e os ônibus incendiados ao longo da última semana.

O número de mortos também é recorde. Foram quatro mortos nas UPPs este ano, em comparação com três no ano passado. O crescimento de policiais vítimas de tiros é alarmante. Até 2011, eram raros os tiroteios nessas favelas – o que fez com que muitas delas entrassem para o roteiro turístico do Rio. E, no Alemão, a “pacificação” foi tema de novela – Salve Jorge, no horário das 21h. Em 2012, quando os bandidos intensificaram os ataques para tentar recuperar o território perdido, foram cinco mortes e nove feridos por tiros.

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Nas últimas 24 horas, três policiais militares foram baleados só no Complexo do Alemão. Dois deles são lotados no Batalhão de Operações Especiais (Bope), que desde março reforça o policiamento no conjunto de favelas. Os dois foram feridos por volta das 7h30 de quarta-feira: o cabo Robson Henrique da Silva, ferido em uma das pernas; um segundo policial do batalhão foi atendido em uma unidade particular, e o nome ainda não foi confirmado. O terceiro ferido é o soldado Sturião, internado no Hospital Getúlio Vargas.

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Nas redes sociais, os policiais militares deflagraram uma campanha: “Eu não mereço ser assassinado”. O movimento, além de representar o risco para os agentes de segurança nas favelas, serve como um grito de socorro da população. Se os homens armados e treinados para evitar que os moradores sejam vítimas de bandidos estão em perigo, que garantia o Estado pode proporcionar ao cidadão comum? As mortes de PMs ocorrem simultaneamente a um aumento nas ocorrências de roubos e furtos. Como mostrou reportagem do site de VEJA, o último mês de janeiro foi o com maior registro de roubo nos últimos dez anos.

Em meio à crise nas UPPs, o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, desdobram-se para conter outro problema: o das áreas sem UPPs que passaram a abrigar traficantes. É essa a reclamação recorrente em cidades da Baixada Fluminense e na região metropolitana, como Niterói e São Gonçalo. Em Niterói, onde os assaltos levaram a população às ruas para pedir mais segurança, foi inaugurada esta manhã uma companhia destacada da PM no Morro do Cavalão, no bairro de Icaraí. No evento, Pezão pediu “punições mais rígidas” para assassinos de policiais. “Temos que discutir isso a nível nacional, fazer uma emenda constitucional ou o que precisar ser feito dentro da nossa Constituição. Quem mata policial precisa receber pena dobrada. Vou dedicar o meu tempo nesses oito meses para levar esse debate ao Congresso Nacional”, disse Pezão. “Os PMs estão sendo mortos covardemente, pelas costas”, admitiu.

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