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No Rio, troca de acusações vai até o último minuto da campanha

Em caminhada na zona norte, Eduardo Paes diz que candidato do PSOL usa Rio como "trampolim". Freixo afirma que, para o prefeito, "tudo é mercado"

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 out 2012, 16h24

A troca de acusações entre os dois principais candidatos à prefeitura do Rio se estendeu até os últimos minutos da campanha na capital. O prefeito Eduardo Paes, que concorre à reeleição pelo PMDB, tentou desqualificar Marcelo Freixo, do PSOL, neste sábado. Poucas horas depois, foi a vez de Freixo atacar Paes. “Essa eleição coloca de um lado a turma da confusão, aquela gente que durante tanto tempo governou o Rio e fez muito mal à cidade. Do outro lado, aqueles que usam o Rio como trampolim para lutas ideológicas e políticas que nada têm a ver com os interesses da cidade. E há a nossa candidatura, voltada para o Rio”, disse Eduardo Paes, no bairro de Madureira, na manhã deste sábado, referindo-se a Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito Cesar Maia, e a Freixo, que tem mobilizado a juventude com um discurso ideológico.

Freixo, em campanha na Tijuca, também zona norte, rebateu as críticas: “A agenda ideológica nunca interessou a ele (Paes). Basta ver a quantidade de partidos dos quais ele já participou. Se valesse para ele, teria outra trajetória política. A agenda ideológica nos interessa independentemente das eleições. Essa é a diferença. Para ele, tudo é mercado. Para nós, ideias e valores são importantes”.

Eduardo Paes escolheu uma caminhada de 30 minutos em Madureira para encerrar a campanha. É o mesmo bairro onde ele começou a disputa, no dia 7 de julho, para a reeleição. Paes, desta vez, estava acompanhado do governador Sérgio Cabral, do vice-governador Luiz Fernando Pezão, dos senadores Lindberg Farias e Francisco Dornelles, e do ministro da Pesca, Marcelo Crivella. “Tenho muito orgulho desses apoios. São pessoas de partidos diferentes, com visões de mundo diferentes, mas que se uniram porque entenderam que a cidade está indo para frente”, disse Paes. O prefeito teve agendas públicas de campanha, nos últimos 90 dias, basicamente aos fins de semana, sendo a maior parte nas zonas norte e oeste, onde tem mais eleitores. E o governador Sérgio Cabral, com a imagem desgastada pelo escândalo dos contratos da construtora Delta, pouco apareceu.

“Não estamos em uma luta ideológica. Nosso objetivo é o interesse da cidade. Juntamos forças políticas e tenho orgulho disso. Não acho que política é crime. As pessoas chegam com discussão moralista, boba. Política é isso, você junto com as partes”, defendeu-se Paes. Uma das principais críticas feitas pelos adversários do prefeito durante a campanha foi a coligação de 20 partidos articulada pelo PMDB. O Ministério Público Eleitoral investigar um caso de abuso de poder político e econômico na capital – caracterizado pela tentativa de um grupo desequilibrar a disputa. O que alertou o MP foi a divulgação de um vídeo, pelo Radar On-Line, do site de VEJA, no qual o presidente estadual do PTN afirma ter recebido uma proposta de um milhão de reais do PMDB. A contrapartida seria o apoio político e a desistência de lançar candidato a prefeito.

A eleição no Rio caminha para ser decidida no primeiro turno. As pesquisas de intenção de voto dão a Eduardo Paes uma vitória folgada no dia 7 de outubro, com cerca de 57% da preferência. Freixo, o segundo colocado nos levantamentos, com 20%, disse ainda acreditar no segundo turno, mas iniciou o discurso do ‘já valeu’ a disputa.

“Tivemos uma campanha vitoriosa. Foi uma eleição de rua, de rede e da militância. Para a gente, eleição não é mercado. Eleição é princípio, valores, esperança e manifestação de rua. Não tivemos dinheiro ou estrutura, mas tivemos sonhos possíveis e realizados. A campanha entra para a história do Rio, que não será mais o mesmo independente do resultado”, disse Freixo.

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A última agenda do candidato do PSOL foi um abraço ao Maracanã, que está em obras para a Copa do Mundo. Freixouniu, pelo menos, 2.000 pessoas no entorno do estádio. “Não há debate com quem usa o Maracanã. É uma resposta para os que têm uma concepção de cidade voltada para os grandes eventos, que servem mais aos interesses de quem ganha dinheiro com isso do que a população. Esse abraço é uma imagem muito forte da diferença de visão de cidade entre mim e o Eduardo”, afirmou Freixo.

O candidato do PSOL levou a família para o ato final de sua campanha. Elenice Freixo, de 72 anos, mãe de Marcelo, chegou a passar mal. Ela deixou o Maracanã de carona com por Marcelo Yuka, vice na chapa do PSOL.

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