Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

No Rio, de 209 casas noturnas vistoriadas, só 10 são aprovadas

Bombeiros se apressam para fiscalizar estabelecimentos para evitar casos semelhantes ao da tragédia em Santa Maria, que matou mais de 230 jovens

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
1 fev 2013, 12h35

A tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, alertou autoridades de todo o país para o problema da ilegalidade e da falta de segurança em relação à prevenção contra incêndios. Aos poucos, no Rio de Janeiro, o que se descobre é que a falta de segurança é uma regra, não a exceção, como se imaginava.

Os dados da primeira leva de fiscalizações após o incêndio no Rio Grande do Sul, no último domingo, são assustadores. Ao longo da última semana, 209 casas noturnas foram vistoriadas no estado do Rio. Só 10 delas foram aprovadas. E 127 acabaram interditadas por oferecer risco iminente aos frequentadores, como portas obstruídas e ausência de sinalização de emergência e extintores. Ou seja, nesse grupo, não havia sequer a possibilidade de regularização de documentos e de equipamentos para que a casa continuasse funcionando até uma nova inspeção.

LEIA TAMBÉM:

LEIA TAMBÉM: Poliuretano, o vilão do incêndio na boate Kiss

No Rio, como em quase todos os estados e nas grandes cidades brasileiras, os bombeiros correm contra o relógio para dar conta das vistorias e das emissões de licenças após a tragédia da boate Kiss. Mas a partir do momento em que esse tipo de trabalho foi intensificado revelou-se também outro problema: o Corpo de Bombeiros não sabe informar quantas casas noturnas funcionam no estado. E, até a manhã desta sexta-feira, a corporação também ignorava o total de construções aguardando vistoria.

Continua após a publicidade

O descontrole sobre esse tipo de informação no segundo estado mais populoso do país é um alerta para o Brasil. E uma prova de que setor privado, população e, claro, governos precisam se empenhar no sentido de garantir segurança ao público.

“Em 2012, realizamos cerca de 16.000 fiscalizações em construções diversas. Nos demos conta de que esse número foi insuficiente para uma fiscalização eficaz. Para 2013, estabelecemos que cada grande unidade dos bombeiros vai cumprir 100 fiscalizações por mês. Isso significa que vamos ter 4.000 por mês, e entre 40.000 a 48.000 por ano. É uma necessidade aumentar a fiscalização”, admitiu o secretário estadual de Defesa Civil, o coronel Sérgio Simões. O secretário, no entanto, desconhece o quanto esse aumento nas inspeções vai ser capaz de cobrir no estado. “Eu também espero esse número.”

A maior parte das vistorias atualmente é feita a partir de denúncias, e não havia um sistema estruturado de cronogramas e de planejamento de inspeções. “Trabalhávamos com denúncias e dois momentos pontuais. Antes do Carnaval e do Natal. Agora, estabelecemos uma meta de fiscalização entendendo que a fiscalização é tão importante quanto o combate ao incêndio”, disse. “O ano de 2013 vai ser uma referência. Vamos dar prioridade em razão do nível de risco. O maior risco são os locais de reunião de público, hotéis, complexos industriais e hospitalares”, disse.

LEIA TAMBÉM:

Delegado publica foto com show pirotecnico na boate Kiss

Advogado da boate Kiss mentiu sobre superlotação

Improviso põe em risco o público nos shows com fogos

Não consigo me sentir feliz por ter sobrevivido”, diz vítima

‘Que bom que tu tá vivo! Já contei 15 amigos que perdi hoje’

‘Ouvi uma menina gritar fogo e corri’, conta sobrevivente de incêndio

Fotógrafa da boate Kiss relata o pânico no momento das chamas

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.