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No Rio, clima de festa — e revolta com a corrupção

Por Amanda Prado, do Rio
16 ago 2015, 20h48

Na roupa, nos pés, na maquiagem e até na cabeça: era verde e amarelo em tudo quanto é canto. Bandeiras do Brasil de todos os estilos e tamanhos, algumas menores enroladas ao corpo, coladas nos carros e nas janelas, outras maiores, hasteadas a muitas mãos. No Rio, milhares de manifestantes lotaram a orla da praia de Copacabana, na Zona Sul, para protestar contra a presidente Dilma e o PT, entre o fim da manhã e a tarde deste domingo. A concentração começou por volta de 10h em frente ao posto 5, e caminhada saiu às 11h em direção ao Leme.

O clima de revolta contra o Partido dos Trabalhadores reuniu brasileiros com as mesmas insatisfações. A corrupção era a principal delas. “Muita coisa me deixa indignado, mas a principal é essa crise moral, de inversão de valores, que revolta o povo brasileiro”, disse Luiz Gonzaga, de 59 anos, aposentado. “Para mim, não há nada pior do que a roubalheira. O PT roubou de muita gente miserável, que continua sem saúde e sem educação”, comentou a Valdicéia Guimarães, 52, cabeleireira.

Frases de baixo calão foram proferidas contra a presidente Dilma e contra o ex-presidente Lula. Em um dos carros de som, um homem convidava, ao microfone: “Vamos saudar a nossa brilhante Polícia Militar, que está aqui em defesa da manutenção da ordem. Contra os comunistas e a favor da democracia no Brasil”, e foi aplaudido ao final do discurso. Em outro, um homem anunciava: “Vamos tirar essa gente (o PT) do país, por bem ou por mal. Aqui é o Brasil, não é a Venezuela”, gritou.

Outras frases como “Nossa bandeira jamais será vermelha” e “1,2,3,4, cinco mil, queremos a Dilma fora do Brasil” foram entoadas repetidas vezes pelos manifestantes. No Rio, “Olê, olê, olê, ‘tamo’ na rua ‘pra’ derrubar o PT” foi uma dos mais faladas. Teve até gente batendo panela, como Maria Sales, de 45 anos. “Vim para a rua contra o PT. Não dá mais. Fora Dilma!”, disse. A médica Clécia Campos, de 67 anos, contou que já bateu panelas, mas que prefere o protesto na rua. “Participei de todos os panelaços e acho bacana, mas prefiro essa manifestação aqui, porque é mais forte e mais espontânea. Defendo que a Dilma seja deposta, que o TSE anule a eleição e convoque novas”, disse.

Alguns manifestantes deram seus palpites sobre quem poderia governar melhor o Brasil. “Quero o impeachment. Hoje eu vejo que para o Brasil ter jeito tem que ter como presidente ou o Joaquim Barbosa ou o Sergio Moro, aí sim”, disse Ângela Araújo, 66 anos, professora e administradora de empresas. “Essa é a terceira vez que venho a uma manifestação. Quero ver a Dilma sair e o Lula ser preso. Sou absolutamente a favor do impeachment, e sonho com Jair Bolsonaro para presidente”, disse Ronaldo Seabra, 62 anos, administrador de empresas aposentado.

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Depois que participou de outros protestos e sentiu segurança para levar crianças, a administradora Danielle Chaves, de 38 anos, levou o filho Fernando Chaves, 10, para a manifestação em Copacabana. “Eu queria ter vindo outras vezes”, disse o menino, depois de escrever “Fora PT” no chão da orla. “Tirar a Dilma do poder é fazer o país crescer de novo. Esse roubo todo é que não dá mais para aguentar. Por isso eu vim, porque quero um país melhor para os meus filhos”, comentou Danielle.

Muitos ambulantes aproveitaram o grande número de pessoas nas ruas para vender faixas e camisetas com frases pedindo a saída da presidente Dilma Rousseff. Luís Cláudio Costa, de 48 anos, vendia adereços que variavam de R$ 3 a R$ 10. “Infelizmente eu votei na Dilma, mas foi por falta de conhecimento. Hoje eu estou aqui para protestar e ainda posso tirar um lucro, porque estou sem emprego. Vim de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), mas não podia deixar de comparecer”, disse o ambulante.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, foi homenageado em diversos cartazes produzidos pelos manifestantes. Policiais militares presentes na manifestação foram aplaudidos em vários momentos do ato. Às 14h, os manifestantes começaram a se dispersar. Cerca de cinco carros de som, de diferentes movimentos, deram apoio à manifestação na Avenida Atlântica.

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