Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

No IML de Manaus, famílias se desesperam por informações

Entre mortos e fugitivos, parentes não conseguem saber sobre detentos

Por Leslie Leitão
Atualizado em 3 jan 2017, 14h27 - Publicado em 3 jan 2017, 14h13

Na porta do Instituto Médico Legal de Manaus, dezenas de parentes perdidos buscam informações que, passadas quase 48 horas da maior chacina prisional do Brasil desde Carandiru (SP), em 1992, as autoridades amazonenses ainda não têm. O site de VEJA apurou que o trabalho inicial feito pela equipe de necropsia conseguiu montar 60 corpos. No entanto, o material levado para o IML indica mais membros do que cabeças, num macabro quebra-cabeças difícil de responder com exatidão quantas pessoas morreram dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Isso, somado ao fato de não haver um número fechado em torno dos detentos que conseguiram fugir – o governo admite pelo menos 222 – transforma a missão dos familiares ainda mais angustiante.

“Será que meu pai está aqui?”, murmurava uma jovem enquanto participava de um grupo de oração, em meia a um amontoado de outras pessoas. A cada momento mais parentes chegavam em busca de notícias. Quase sempre em vão. “Na verdade ainda não conseguimos identificar os cadáveres. Vários estão completamente destruídos. Vamos depender do trabalho da odontologia e papiloscopia. Isso deve demorar”, disse um legista ouvido pelo site de VEJA.

Às 10h30, duas funcionárias vieram até a grade com papéis nas mãos. Começaram a ler listas com alguns nomes. “O do meu filho não está aí. A gente não sabe se fugiu, se está morto ou se está preso”, berrava uma mãe.

A família de Rômulo Arlei da Silva, de 38 anos, condenado a 14 anos por homicídio após uma briga, em Roraima, chegou desesperançosa. Ex-policial militar, ele estava numa ala que foi massacrado pelos outros detentos. “Estava com um filho de quatro meses, estudando para fazer o Enem. Agora destruíram ele e ainda vou ter que pagar o translado para enterrar na nossa terra”, reclamava a mãe, Maria de Jesus.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.