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Na mira do governo, DEM e MDB igualam discurso e aceleram planos para 2022

Esforço do Planalto visa ampliar o leque de apoio a Jair Bolsonaro para as próximas eleições

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 dez 2020, 12h52

Passadas as eleições municipais, a articulação política do governo de Jair Bolsonaro decidiu colocar em campo uma tentativa de aproximação com o DEM e o MDB, partidos que hoje se dizem independentes. Conforme mostra reportagem de VEJA desta edição, a estratégia passa por métodos já adotados – e bem-sucedidos – com as legendas do chamado centrão: a entrega de nacos do poder, com oferta de cargos e uma turbinada na liberação de verbas federais. O objetivo é ampliar o leque de alianças de Bolsonaro para garantir a sua reeleição em 2022.

Nos bastidores, as duas legendas afirmam ainda não ter sido formalmente procuradas pelo Palácio do Planalto, mas dizem manter as portas abertas ao diálogo. “Eu não estou fechando as portas e nem diria: ‘Dessa água não beberemos de jeito nenhum’”, afirma um líder do DEM. Perguntado se uma chapa com Bolsonaro em 2022 seria viável, o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, afirma que a legenda não exclui nenhuma hipótese.

“Primeiro, precisamos definir se o partido terá candidatura própria. O MDB hoje tem a pretensão de disputar a Presidência e tem bons nomes para isso. Mas não descartamos diálogo com ninguém, desde que haja a defesa de pontos que são fundamentais ao partido, como a defesa da Constituição e da democracia”, afirma Rossi.

A ressalva do emedebista vem carregada de recados. DEM e MDB comemoram o resultado das eleições municipais como um fim da “era do extremismo” percebido nas eleições que levaram Bolsonaro ao Palácio do Planalto. A aposta, neste momento, é que em 2022 haverá uma volta à moderação e à tradicional composição partidária. Figuras tidas como novas, acredita-se, até podem ter espaço, mas terão de construir suas campanhas ao lado da política, e não mais em um processo de negação e radicalismo, como foi em 2018.

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“Há uma demonstração clara de que o eleitor mudou as suas expectativas com a política de uma eleição para outra. É um recado de que algumas questões, como a defesa da democracia, que são mais macros, foram importantes. Houve uma mudança dentro da escolha do eleitor que é significativa”, diz Baleia Rossi.

A preocupação do governo em agradar o DEM e o MDB ganhou um novo capítulo com as eleições municipais. Juntos, os dois partidos elegeram mais de 1.200 prefeitos (o MDB, líder na disputa, com 802 e o DEM com 464) e, portanto, vão comandar quase um quarto dos municípios brasileiros. Além disso, as legendas estão unidas em torno de uma articulação para eleger o presidente da Câmara dos Deputados pelos próximos dois anos e, sobretudo, trabalham para costurar uma eventual candidatura que rivalize com Bolsonaro em 2022. É justamente essa articulação que o governo tenta frear.

Atualmente, os dois partidos de centro mantêm conversas com o PSDB de João Doria, mas também avaliam outras possibilidades para as próximas eleições. “Eu diria que um afinamento do DEM com o MDB para 2022 talvez seja mais provável do que com o PSDB, por mais que isso contrarie toda a lógica dos últimos anos”, diz um cacique democrata. Dentro do DEM, o governador tucano já sofre resistências internas por causa de seu alto índice de rejeição e pode acabar sendo preterido pelo apresentador Luciano Huck, cujo nome passa a ganhar cada vez mais aderência.

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