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MP investiga onda de mortes em cidade onde Dorothy Stang foi assassinada

Comissão Pastoral da Terra afirma que crimes estão ligados à disputa por um lote que estaria relacionado a um dos condenados pela morte da missionária

Por Carolina Farina 10 nov 2015, 16h06

Dez anos após a morte da missionária americana Dorothy Stang, o Ministério Público Federal no Pará apura se a disputa por um lote de terras públicas está por trás da recente série de assassinatos em Anapu, cidade em que a americana foi executada a tiros em fevereiro de 2005. Um inquérito foi aberto nesta segunda-feira para investigar a ação de pistoleiros no local. Nesta terça, o procurador Felício Pontes Jr, responsável pela apuração, participa de uma reunião em Brasília em que pede o deslocamento de equipes de investigação para Anapu para tentar elucidar os crimes. Entre os meses de julho e outubro, sete pessoas foram mortas na cidade: todas executadas por assassinos que usavam carapuças ou capacetes.

O MP decidiu abrir o inquérito depois de receber uma carta da Comissão Pastoral da Terra denunciando os crimes. No documento, a entidade afirma que as mortes estão ligadas a Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como Taradão. Galvão foi condenado a 30 anos de prisão pela morte de Dorothy, mas há três anos o Supremo Tribunal Federal concedeu um habeas corpus para que o fazendeiro recorra em liberdade. Segundo a CPT, os crimes ocorreram em meio a disputas pelo lote de terra 83 – uma área pública disputada por posseiros e grileiros e que é conhecida na região como “Fazenda do Taradão”.

A pastoral informou à Procuradoria que um grupo de homens armados trafega pelas estradas da cidade em caminhonetes portando armas e ameaçando os pequenos agricultores e posseiros que vivem na região do lote. “Inaceitável a falta de diligências, a conivência ou inação”, escreve a entidade no documento, em que critica as autoridades da região por ignorar a escalada da criminalidade na cidade. Ainda segundo a carta, há outros trinta nomes de moradores locais “marcados para morrer”.

Todas as mortes ocorreram na área urbana da cidade, e por isso são investigadas como fruto da violência urbana. Mas a CPT afirma que a ação é uma estratégia para desviar a atenção dos crimes – e que pelo menos cinco assassinatos estão diretamente relacionados ao lote 83, de acordo com o Ministério Público.

Histórico – Executada em Anapu, no sudoeste do Pará, Dorothy Stang, uma americana de 73 anos naturalizada brasileira, era uma fervorosa defensora da Amazônia. Antes de ser morta, ela tentava implantar um projeto de desenvolvimento sustentável em uma área conflagrada pela disputa de terras entre fazendeiros e grileiros. Ela acabou sendo executada com seis tiros em 12 de fevereiro de 2005. A morte dela provocou repercussão internacional.

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