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MP denuncia por homicídio nutricionista que atropelou Vitor Gurman

Para promotor, Gabriela assumiu o risco de matar por dirigir embriagada e em alta velocidade. Defesa diz que acusação não se sustenta

Por Da Redação
23 out 2013, 10h20

O Ministério Público de São Paulo ofereceu nesta terça-feira denúncia contra a nutricionista Gabriela Guerreiro Pereira, de 30 anos, que atropelou e matou em julho de 2011 o administrador Vitor Gurman, de 24 anos. Gabriela foi denunciada no 5.º Tribunal do Júri por homicídio doloso qualificado.

Segundo o promotor Rogério Zagallo, autor da denúncia, apesar de Gabriela não ter a intenção de matar (dolo), ela assumiu naquela noite o risco pela morte da vítima. O promotor afirma ainda que sua convicção foi formada a partir de uma soma das circunstâncias que antecederam o atropelamento.

“Ela só não matou a si mesma e o namorado, que era dono do carro e estava ao lado dela, porque o veículo é altamente seguro”, diz Zagallo.

O atropelamento aconteceu às 3h30 do dia 23 de julho de 2011 na Rua Natingui, na Vila Madalena, Zona Oeste paulistana. Gabriela dirigia um Land Rover. O namorado, Roberto Lima, de 36 anos, estava no banco do passageiro. O impacto do carro arrancou um poste de iluminação e o veículo tombou.

Zagallo afirma que os exames periciais confirmaram que Gabriela estava alcoolizada e dirigindo em alta velocidade. Segundo ele, a nutricionista se recusou a fazer o teste de alcoolemia após o choque. “O exame só foi feito horas depois e mesmo assim foi possível detectar álcool no sangue porque eles beberam bastante”, diz Zagallo.

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O promotor ainda afirma que testes do Instituto de Criminalística apontaram que ela poderia estar a até noventa quilômetros por hora. A velocidade estimada, no entanto, foi de 57 quilômetros por hora. “O limite na Natingui é de trinta quilômetros por hora. Se ela corre três vezes mais, assumiu o risco do atropelamento”, diz a acusação.

Na denúncia, o promotor escreveu: “Mesmo sendo o leito carroçável dotado de pista dupla e estando a pista seca, sem que nenhum veículo, objeto, pessoas ou animais atrapalhassem a condução normal do veículo pela denunciada, mas sim em virtude e como consequência do seu estado etílico e da velocidade excessiva empreendida, não conseguiu ela manter o carro em sua condução normal, ingressando na calçada onde a vítima caminhava normalmente, colhendo-a pelas costas”.

O advogado de Gabriela, José Luís Oliveira Lima, afirmou que não há nos autos “nenhum elemento, prova ou indício” que justifique a denúncia por homicídio doloso. “Juridicamente a peça não tem consistência. No momento oportuno a Justiça irá afastá-la”, afirmou.

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�Fio de esperança –. Para o pai de Vitor, o administrador de empresas Jairo Gurman, de 56 anos, a denúncia “é um fio de esperança” diante da “dor da demora” de mais de dois anos. “A gente começa a sentir que alguma coisa está sendo feita, isso é importante. Mas o que entristece é a demora de dois anos esperando por uma coisa óbvia. Esperamos que agora as coisas sejam mais rápidas e que ela pague por aquilo que fez. Não foi um acidente, foi um assassinato”, disse.

Segundo ele, a demora na denúncia do MP ocorreu por causa do atraso na entrega do laudo final da perícia. “O documento só ficou pronto há dez dias. Ele mostra que ela realmente estava bêbada, correndo que nem uma doida em uma velocidade que era, no mínimo, o dobro da permitida”, afirmou Gurman.

(Com Estadão Conteúdo)

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