MP denuncia ex-presidente da Eletronuclear por fraudes em Angra 3
Outros quatorze alvos da Operação Pripyat também são acusados formalmente por desvios em contratos firmados com a Andrade Gutierrez e Engevix
O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro apresenta nesta quinta-feira denúncia contra quinze pessoas suspeitas de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Eletronuclear e as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix. Entre eles, está o ex-presidente da Eletronuclear e vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva e cinco ex-dirigentes da estatal — Luiz Soares, Edno Negrini, Luiz Messias, José Eduardo Costa Mattos e Persio Jordani. A denúncia é feita com base nas apurações da Operação Pripyat, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
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Segundo as investigações, o alto escalão da Eletronuclear recebeu 26,4 milhões de reais em propina por obras de Angra 3 conduzidas pela Andrade e Engevix. Os valores eram pagos em dinheiro vivo e por meio da contratação fictícia de empresas fantasmas.De acordo com o MP, uma parcela do dinheiro ilícito foi embolsada pelo “núcleo político” da organização criminosa, que é investigada pelo Supremo Tribunal Federal por envolver pessoas com foro privilegiado.
As investigações se fundamentaram nas delações premiadas dos ex-executivos da Andrade Gutierrez Flavio Barra, Clóvis Primo, Rogério Nora e Gustavo Botelho e na quebra do sigilo bancário e fiscal da empresa Flexsystem, de Ney Gebran Pereira (já falecido).
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)