MP denuncia 14 funcionários da cúpula da Samarco por crimes ambientais
Entre eles, está o presidente licenciado da mineradora Ricardo Vescovi; barragem de resíduos de minério de ferro se rompeu em Mariana (MG) há exatamente seis meses
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP-MG) denunciou o ex-presidente da Samarco Ricardo Vescovi e mais 13 funcionários da empresa sob acusação de associação criminosa, crimes ambientais e omissão na prevenção dos desastres. A denúncia foi entregue à Justiça Federal em Ponte Nova (MG) em 10 de março, mas só foi divulgada pela promotoria nesta quinta-feira, quando o desastre causado pelo rompimento da barragem de Fundão completa seis meses. Toneladas de lama de minério de ferro soterraram vilarejos de Mariana (MG) e contaminaram a bacia do Rio Doce, devastando a fauna e flora local. Dezenove pessoas morreram.
Durante coletiva, o promotor de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico Marcos Paulo Souza Miranda citou o estranho sumiço de um vídeo que circulou num grupo de WhasApp da alta cúpula da Samarco, no qual, segundo a promotoria, mostrava a movimentação da lama dentro da barragem. O promotor disse que solicitou as imagens, mas a empresa lhe respondeu que o material estava desaparecido.
Entre os denunciados, além de Ricardo Vescovi, estão o ex-diretor de Operações e Infraestrutura, Kléber Luiz de Mendonça Terra – que pediram afastamento da empresa para poderem cuidar de suas defesas – e o diretor de Operações e Infraestrutura, Maury Souza Júnior.
Em nota, o MP informou que os funcionários denunciados obtiveram “vantagens indevidas em razão de não despender recursos para o cumprimento de obrigações exigidas pela legislação ambiental, além de se eximir de eventuais penalidades administrativas e minimizar a exposição negativa do nome da empresa perante a opinião pública”.
Leia também:
Tragédia em Mariana: TRF homologa acordo entre Samarco e Uniãoneradora, mas não foram cedidas
(Da redação)