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MP ajuíza ação contra prefeita de São João da Barra

Carla Machado, do PMDB, foi gravada negociando valores para um candidato a vereador da oposição desistir do pleito

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 out 2012, 20h24

A promotoria de São João da Barra ajuizou, nesta quinta-feira, ação de investigação judicial eleitoral contra a prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PMDB), o candidato à prefeitura José Amaro Martins de Souza, conhecido como Neco, também peemedebista, e o candidato a vice, Alexandre Rosa. Os três são acusados de abuso de poder político e econômico.

A prefeita de São João da Barra foi presa na quarta-feira por oferecer dinheiro em troca das desistências dos candidatos à Câmara dos Vereadores. Um candidato do PTC, abordado pelo grupo de situação, gravou um diálogo com Carla, com o propósito de entregar para a Polícia Federal. Os dois conversam sobre quanto custaria a retirada do nome dele, Jakson Corrêa Meireles, da disputa. Chegam a falar de 70 mil reais, segundo o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano, o responsável pela investigação. “O valor não está dentro da realidade de mercado”, disse Carla.

A pequena São João da Barra, de 30 mil habitantes, enche os olhos dos políticos. A construção do superporto do Açu, de Eike Batista, fez o homem mais rico do Brasil investir 3,8 bilhões no local. A cidade é a quinta do estado em arrecadação de royalties de petróleo. Carla está há dois mandatos à frente da prefeitura. Para dar continuidade ao projeto, ela apoia José Amaro Martins De Souza, o Neco, também do PMDB. “A iniciativa desse grupo de situação era cooptar candidatos de oposição para que abandonassem suas candidaturas e declarassem apoio público a candidatos da situação”, explica Cassiano.

A câmara de São João tem nove vereadores. Até pouco tempo, cinco eram de oposição e quatro da situação. Um deles migrou para o lado de Carla que, dessa forma, compôs maioria. Alexandre Rosa Gomes, atual candidato a vice-prefeito da chapa de Neco, foi o vereador que trocou de lado. Gomes também foi preso nesta quarta-feira e, assim como Carla, pagou fiança de 50 mil reais e foi solto. Ele aparece em um vídeo negociando a desistência de outro candidato a vereador.

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A estratégia é obter maioria na câmara nas próximas eleições. Segundo Cassiano, Carla, na conversa com Jakson, fez contas, perguntou quanto ele gostaria de ganhar para migrar de lado e abandonar a candidatura. Nos grampos, Neco não foi pego. E até terça-feira não havia provas contra ele. Mas, nesta quarta, os depoimentos colhidos por Cassiano falaram do envolvimento de Neco com o esquema de cooptação de candidatos. “Ele será intimado e indiciado”, afirmou o delegado.

Carla, Gomes e Neco serão indiciados por formação de quadrilha e compra de voto. A Polícia também investiga mais suspeitos: três candidatos da oposição, estranhamente, abandonaram a candidatura.

A disputa política em São João da Barra gira em torno dos grupos políticos do PMDB e do PR. O primeiro partido tem grande influência no Rio. Sérgio Cabral e Eduardo Paes são principais nomes peemedebistas no estado. Do PR, a liderança é Anthony Garotinho, forte no interior do Rio, principalmente na cidade vizinha de Campos dos Goytacazes. Neco, do PMDB, rivaliza com Alberto Dauaire Filho, o Betinho Dauaire, do PR, que já foi prefeito da cidade.

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