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Morre Otavio Frias Filho, diretor de redação da Folha de S. Paulo

Sob sua gestão, que durou 34 anos, o jornal se modernizou

Por Da redação
Atualizado em 21 ago 2018, 14h26 - Publicado em 21 ago 2018, 06h36

Morreu na madrugada desta terça-feira 21, aos 61 anos, Otavio Frias FilhoO jornalista dirigia a redação do jornal Folha de S.Paulo desde 1984. Ele foi vítima de um câncer no pâncreas.

De acordo com informações do jornal, Otavio foi diagnosticado com a doença em setembro de 2017. Morreu às 3h20 desta terça-feira no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O velório ocorrerá a partir das 11h30, e a cerimônia de cremação, às 14 horas, no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra.

Filho de Octavio Frias de Oliveira e Dagmar de Arruda Camargo, Frias Filho nasceu em São Paulo em 7 de junho de 1957. Estudou direito e ciências sociais na Universidade de São Paulo (USP) entre 1975 e 1983, mesma época em que iniciou seu trabalho na Folha, que seu pai havia comprado com Carlos Caldeira Filho em 1962. Começou escrevendo editoriais e assessorando Cláudio Abramo, então editor do jornal, e três anos depois se tornou secretário do conselho editorial da publicação.

Ao assumir o cargo de diretor de redação, substituindo Boris Casoy, foi o responsável pela implementação do chamado Projeto Folha, em defesa de um jornalismo apartidário e moderno. O desenho do plano se deu após o movimento das Diretas Já, quando brasileiros saíram às ruas pedindo eleições diretas, naqueles que seriam os últimos anos da ditadura militar. Com a derrota do movimento, em 1984, os partidos políticos, até então unidos pelas Diretas, passaram a buscar agendas e estratégias próprias. O jornal viu necessidade, então, de uma cobertura mais plural e com alto rigor técnico.

Sob a gestão de Frias Filho, a Folha adotou um código de conduta para os funcionários da publicação e sistematizou normas de escrita, com o lançamento do manual de redação. Também passou a oferecer programas de treinamento a jovens jornalistas e bolsas para que os profissionais da casa atuassem no exterior. Criou a seção “Erramos”, para corrigir erros de informação publicados no jornal, e o cargo de ombudsman. Também estabeleceu avaliações internas das equipes, além do instituto de pesquisa Datafolha.

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Na literatura, Frias Filho experimentou diferentes gêneros: é autor de Tutankaton (Iluminuras), que reúne peças teatrais, De Ponta-Cabeça (Editora 34), uma coletânea de textos jornalísticos publicados em uma coluna semanal que mantinha na Folha, Queda Livre (Companhia das Letras), um livro de ensaios, Livro da 1ª Vez (Cosac Naify), infantil, e Seleção Natural (Publifolha), conjunto de ensaios de cultura e política.

Quatro de suas peças de teatro foram encenadas em São Paulo, além de O Terceiro Sinal, um dos ensaios de Queda Livre, que foi adaptado para o palco em duas montagens, em 2010 e em 2018. O texto em primeira pessoa nasceu de uma experiência de Frias Filho como ator, quando foi escalado para viver o jornalista Caveirinha na montagem de Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, feita pelo Teatro Oficina em 2000. No ensaio, ele narra suas preocupações antes de entrar em cena.

O jornalista deixa duas filhas, de relacionamento com a editora Fernanda Diamant.

 

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