Moro manda prender lobista Adir Assad outra vez
STJ havia revogado a prisão dele na Operação Saqueador na terça-feira. Assad é alvo de três operações que investigam casos de corrupção
O entra e sai de Adir Assad da prisão ganhou mais um capítulo. O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em Curitiba, ordenou nesta quinta-feira que o lobista e doleiro volte “à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial”.
Investigado em diversas operações contra corrupção, Adir Assad foi alvo de três mandados de prisão em pouco mais de um ano: Lava Jato, no Paraná, Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat – desdobramento da Lava Jato na Justiça fluminense.
Na terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Assad no âmbito da Operação Saqueador e fixou sete medidas cautelares, entre elas, entrega de passaporte e proibição de deixar o País.
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Na decisão em que manda prender o lobista, o juiz Moro relata que a defesa dele informou que “o cliente retornou à sua residência”. “Aparentemente, a autoridade carcerária, ao cumprir o alvará de soltura decorrente do habeas corpus 366.806 proveniente do Superior Tribunal de Justiça e em relação à prisão preventiva decretada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, descuidou da ordem de prisão vigente existente contra o condenado e exarada por este Juízo”, afirmou Moro.
“Comunique-se, com urgência, a autoridade policial local para que proceda ao cumprimento do mandado de prisão do evento 244, recolhendo Adir Assad à prisão. Por ora, poderá Adir Assad permanecer recolhido à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial”, concluiu o magistrado.
Na Lava Jato, o lobista foi preso preventivamente em 16 de março de 2015 e condenado em setembro a 9 anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem e de associação criminosa. Ele foi colocado em prisão domiciliar no dia 16 de dezembro do ano passado, com tornozeleira eletrônica, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 5 de agosto de 2016, Moro restabeleceu a prisão preventiva do lobista, que, segundo a investigação, recebeu 18 milhões de reais do Consórcio Interpar, fornecedor da Petrobras, para repasse a executivos da Diretoria de Serviços da estatal. Na decisão o juiz federal o classificou como “um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido reiterada e sistematicamente em diversos esquemas criminosos, evidenciando risco à ordem pública”.
Em junho deste ano, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio decretou a prisão de Assad na Operação Pripyat, que investiga corrupção e propina nas obras da Usina de Angra 3, e também na Operação Saqueador, que apura lavagem de dinheiro pela empreiteira Delta.
Adir Assad deixou a prisão domiciliar, decretada pela Lava Jato, no Paraná, e foi capturado preventivamente no Rio.
(com Estadão Conteúdo)