O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a Polícia Federal tenha investigado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, como informou o jornal Folha de S. Paulo na edição desta sexta-feira. De acordo com nota publicada pela Folha, diante da suspeita, Mendes teria encaminhado à Corregedoria Nacional de Justiça, ao Tribunal Regional Federal de São Paulo e ao Conselho da Justiça Federal a denúncia para que os órgãos tomassem as providências cabíveis.
O pedido do monitoramento, segundo Mendes, teria sido feito pelo juiz da 6ª Vara Federal Criminal, Fausto Martin de Sanctis – o responsável por expedir o pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas na terça-feira. Na quarta-feira, o ministro Mendes concedeu um habeas-corpus ao banqueiro que ficou em liberdade por poucas horas, até que um novo mandado de prisão, também expedido por de Sanctis, levasse novamente Dantas à carceragem da PF.
O ministro da Justiça afirmou que a “suposta investigação” foi uma informação plantada e negou que haja problemas na relação da PF com o STF. “Existe uma divergência jurídica e técnica entre o juiz da primeira instância e o Supremo”, disse Genro. O ministro e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, reuniram-se com Mendes para colocar os policiais à disposição dele.
Em nota, o juiz federal de Sanctis negou que tenha pedido o monitoramento do gabinete de Mendes. No texto, o magistrado informa que convocou o policial Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, que também negou a denúncia. Além disso, de Sanctis afirma que “todos os dados trazidos ao juízo, originam-se apenas de monitoramento (telemático e telefônico) dos investigados, com a devida autorização judicial”.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o presidente do Supremo foi informado do monitoramento na quinta-feira por uma desembargadora do Tribunal Regional Federal de São Paulo. E logo em seguida, pediu explicações ao ministro da Justiça.