Ministério Público do Rio vai realizar perícia independente no IML após operação
Ação nos complexos do Alemão e da Penha deixaram ao menos 64 mortos; nesta quarta, novos corpos foram encontrados
O Ministério Público do Rio enviou na manhã desta quarta-feira, 29, técnicos periciais ao Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de perícia independente dos corpos encontrados após a operação nos complexos da Penha e do Alemão, a mais letal do Rio. Até o momento, o governo do estado oficializou 58 óbitos. Outros 74 corpos foram encontrados durante a madruga por moradores, que realizaram buscas em uma região de mata no alto do morro na região, onde teriam acontecido a maioria dos confrontos com a polícia. O saldo de mortes já chega a 132.
Ainda de acordo com o MP do Rio, que participou da investigação que culminou na operação, os desdobramentos serão acompanhados pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ) para assegurar o cumprimento das diretrizes fixadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF 635. A medida, criada para reduzir e regulamentar as incursões especialmente durante a pandemia, foi modificada pela Suprema Corte neste ano após duras críticas do Palácio da Guanabara.
O procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, segue em contato com as equipes policiais e de atuação no caso, para o monitoramento do pós-operação.
A investigação
Segundo o MP do Rio, para a operação foram eexpedidos 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam no Complexo da Penha, principal berço do Comando Vermelho. Ao todo, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, e três homens também foram denunciados por tortura.
A denúncia tinha como foco o complexo de favelas que, por estar localizado próximo a vias expressas e ser ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos, se tornou uma das principais bases do projeto expansionista da facção criminosa, especialmente em comunidades da região de Jacarepaguá, na Zona Sudoeste do Rio.
Na lista de denunciados, o principal nome era Edgar Alves de Andrade, o Doca, é apontado como a principal liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em outras comunidades da Zona Oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento — algumas recentemente conquistadas da milícia. Para ter informações sobre seu paradeiro, o Disque Denúncia oferece 100 mil reais, valor equiparado ao que foi oferecido ao traficante Fernandinho Beira Mar no passado.
Outros membros da cúpula do CV também foram alvos dos mandados que suscitaram a operação. De acordo com o MP do Rio, eles emitem ordens sobre a comercialização de drogas, determinam as escalas dos criminosos nas “bocas de fumo” e nos pontos de monitoramento, e ordenam execuções de indivíduos que contrariem seus interesses. Tais mandados foram expedidos pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital.
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