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Mendes usa Youtube ao deixar comando

Por Mirella D'Elia
13 abr 2010, 19h14

A uma semana de deixar a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes vai abrir espaço na agenda para tentar uma aproximação com os internautas brasileiros e fazer um balanço da gestão à frente do mais alto posto do Judiciário do país. Mas corre o risco de enfrentar uma tremenda saia justa. O ministro será substituído por Cezar Peluso, que vai comandar o Supremo a partir do dia 23.

Nesta sexta-feira, Mendes vai responder às perguntas enviadas por meio do canal do STF no Youtube em formato de texto ou vídeo. A entrevista, com previsão de meia hora, será transmitida ao vivo pela TV Justiça e depois postada no Youtube. As questões mais votadas pelos próprios internautas por meio de uma plataforma do Google serão selecionadas.

Segundo a assessoria do Supremo e o Google, o ministro não vai escolher o que deseja responder. Se uma pergunta constar entre as mais votadas será respondida, independentemente do conteúdo. “O compromisso do Supremo foi esse: uma vez publicada a pergunta, ela ‘sobe’ ou ‘desce’ de acordo com o interesse do internauta”, explica o diretor de Comunicação e Assuntos Públicos do Google Brasil, Felix Ximenes.

Expressões consideradas ofensivas – como palavrões – serão automaticamente excluídas por meio da própria plataforma. Fora isso, tem de tudo entre as perguntas já postadas no Youtube. Caberá aos internautas decidir o que será respondido.

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“Presidente, falta muito tempo para o senhor se aposentar? Estamos torcendo para que sua aposentadoria chegue logo”, diz um internauta. “O STF só concede habeas corpus para ricos?”, questiona outro.

Há quem relembre a briga entre Mendes e Joaquim Barbosa, quando o relator do mensalão chegou a dizer, em plenário, que o colega estava “destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro” e que o ministro não estava falando com “capangas”. O presidente, por sua vez, afirmou que Barbosa não tinha condições de “dar lição de moral a ninguém”.

“Questões como a discussão entre os ministros dentro do STF como recentemente ocorreu com acusação de ‘capangas’ ou ‘cangaceiros’ não levam a uma sensação de impunidade, já que não houve punição ao ministro que ofendeu o presidente do STF?”, indaga um internauta.

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A Operação Satiagraha, em que Mendes mandou soltar duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, também foi mencionada. “Ministro, existe algum outro caso na história jurídica do Supremo em que um cidadão recebeu dois habeas corpus, em seguida, como o sr. o fez em relação ao condenado pela justiça, banqueiro Daniel Dantas?”, questiona.

Obama – Polêmicas à parte, há quem apenas pergunte sobre o funcionamento da mais alta Corte do país e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por Mendes, e sobre os critérios para a escolha dos ministros. Outros criticam a lentidão do Judiciário, ou simplesmente pedem conselhos e até mesmo dicas de livros.

A expectativa é que Mendes responda a pelo menos uma pergunta de cada uma das 11 categorias criadas, entre elas atuação do STF; efetividade da Justiça; democratização do acesso à Justiça; corrupção no Judiciário; prerrogativas dos juízes e forma de indicação de ministros para o Supremo.

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Em fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, usou a mesma ferramenta para responder a perguntas enviadas por internautas. O canal oficial do STF no Youtube foi lançado em outubro de 2009. Em abril, os 1.600 vídeos postados atingiram a marca de um milhão de exibições. “O Supremo tem mostrado interesse na interlocução com o internauta”, diz Ximenes.

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