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Médica acusada de omissão diz que menino não corria risco de vida

Haydéé Marques da Silva chora ao depor à polícia do Rio, mas diz que não se arrepende de ter recusado atendimento a criança que morreu à espera de socorro

Por Da Redação
12 jun 2017, 20h19

A médica Haydée Marques da Silva, de 66 anos, afirmou que não se arrepende de ter recusado atendimento a Breno Rodrigues Duarte da Silva, de um ano e meio, na semana passada – a criança, que sofria de doença neurológica e recebia atendimento no sistema de home care (atendimento domiciliar), morreu enquanto aguardava socorro, depois de aspirar o próprio vômito.

Segundo a médica, a classificação de risco do menino era baixa e, por isso, optou por chamar outra ambulância. O advogado da família de Breno, Gilson Moreira, defende que a polícia indicie a médica por homicídio doloso (quando há a intenção de matar). Nesta segunda-feira, Haydée prestou depoimento por cerca de 5 horas e disse à delegada Isabelle Conti que Breno não corria risco de vida.

“Fui atender um bebê que não corria risco de vida, que tinha um profissional de saúde em casa (a técnica de enfermagem do home care). Quando há um código vermelho, que fala sobre risco de morte, eu atendo, mesmo não sendo pediatra. A classificação de risco neste caso era baixa. Me foi passado pela técnica que era uma gastroenterite, com neuropatia. Não estou arrependida porque não fiz nada de errado. Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido. Não acho que tenha sido responsabilidade minha a morte da criança”, disse Haydée

Enquanto deixava a delegacia, a médica foi hostilizada por pessoas que passavam pelo local e a chamaram de “assassina” e “maluca”. “Primeiro se acusa e condena e depois se apura”, reagiu a médica, que foi demitida da empresa Cuidar Emergências Médicas, onde trabalhava como socorrista. Ela não quis comentar outros casos em que foi acusada de negligência.

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Bebê morre após ter atendimento negado
Breno Rodrigues Duarte da Silva no colo dos pais Felipe Duarte e Rhuana Rodrigues (@fadsduarte/Facebook)

Segundo a delegada, a Polícia Civil continua, “por enquanto”, investigando o crime culposo, quando não há intenção de matar. “Porém ainda há muitas pessoas a serem ouvidas e provas a serem produzidas, para analisarmos a tipificação definitiva. É um caso delicado, que resultou na morte de uma criança de um ano, então deve ser tratado com muita cautela para que não haja injustiça”, afirmou. De acordo com a delegada, Haydée chorou em alguns momentos do depoimento.

Além de Haydée, os pais de Breno prestaram novo depoimento na DP. Nesta terça-feira, serão ouvidas outras testemunhas, como profissionais de saúde que tiveram alguma ligação com o caso.

Família

O advogado da família de Breno, Gilson Moreira, refutou os argumentos de Haydée, de que Breno não era caso grave. “Ela tinha um alerta para a Penha e a Unimed abortou este atendimento para que a equipe prestasse socorro imediato ao Breno, então sabia da gravidade”, justificou. “As razões que ela apresenta não têm fundamento. Ela deveria ter entrado no apartamento e encaminhado o menino para um hospital”, completou.

De acordo com o advogado, a família deverá processar também a empresa Unimed-Rio e pedirá ao Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) o afastamento imediato da profissional.

(Com Estadão Conteúdo)

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