Marcos Valério será interrogado sobre valerioduto mineiro em 1º de julho
O publicitário já foi condenado no julgamento do mensalão, mas também é réu no esquema mineiro
A juíza Melissa Pinheiro Costa Lage Giovanardi, titular da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, agendou para o dia 1º de julho o interrogatório do ex-publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza no processo a que ele responde no caso conhecido como valerioduto mineiro. Na mesma data, serão ouvidos também Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, ex-sócios de Valério. Os três foram condenados no julgamento do mensalão, mas aparecem também como réus no esquema do valerioduto.
No dia 20 de maio, serão ouvidos em interrogatório os diretores da então Comig (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, atual Codemig) Renato Caporali Cordeiro e Lauro Wilson de Lima Filho. No dia 10 de junho será ouvido o secretário adjunto de Comunicação Social Eduardo Guedes. Também no processo do valerioduto mineiro, o ex-senador e ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) já foi condenado a mais de 20 anos de prisão.
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O caso – De acordo com denúncia do Ministério Público, Azeredo, então governador de Minas Gerais, determinou que as empresas Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) repassassem valores superfaturados em supostas cotas de patrocínio de eventos esportivos. A peça de acusação registra que foram deslocados 1,5 milhão de reais de cada uma das empresas, em recursos públicos, para arcar com custos do Enduro Internacional da Independência. As cotas são muito maiores que os valores normais de patrocínio e serviriam para que parte do dinheiro fosse desviado para a campanha e outra parcela aplicada no pagamento dos serviços criminosos de Marcos Valério.
Para tentar despistar os altos valores desviados, simulou-se o patrocínio de outros dois eventos, o “Iron Biker”: o desafio das montanhas e o Campeonato Mundial de Supercross. Durante o esquema, o Grupo Financeiro do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), também vinculado ao então governador Eduardo Azeredo, começou a repassar recursos públicos para cotas fictícias de patrocínio.
Para o Ministério Público, os recursos públicos desviados da Copasa, da Comig e do Bemge, além de valores repassados de empresas privadas com interesses econômicos em Minas Gerais, como empreiteiras e bancos, foram empregados para quitar empréstimos bancários fictícios e dar ares de legitimidade à tomada do dinheiro.