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Marcha contra a corrupção no Rio de Janeiro reúne todo o tipo de reivindicações

Fim da impunidade dos políticos divide espaço com protestos por melhores salários dos bombeiros e contra a usina de Belo Monte

Por Fernanda Nascimento
20 set 2011, 23h13

Ao contrário do protesto paulistano contra a corrupção no Dia da Independência, os jovens eram minoria na Cinelândia

Estacionado na histórica Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, um carro de som tocava músicas de Chico Buarque e Marisa Monte entre gritos contra a corrupção. Na versão carioca da marcha que levou às ruas milhares de pessoas no dia 7 de setembro, o fim da impunidade aos políticos corruptos dividiu os holofotes com o salários dos bombeiros, reinvindicações de aposentados e até protestos contra a usina de Belo Monte.

Cercado de cartazes, João Menecê recolhia assinaturas para uma ação popular pela aposentadoria integral para todos os servidores. “Isso não tem nada a ver com a corrupção”, observou uma garota ao ver a fila em torno do livro de assinaturas. “O que fazem com os aposentados não é ato de corrupção?”, esbravejou João. “Você ainda será uma vítima”, avisou, enquanto ela se afastava.

Os manifestantes que comandavam o microfone em cima do carro de som aplaudiram a iniciativa. “Parabéns, aposentados”, gritavam. Homenagearam também os policiais, os bombeiros, os jornalistas e até os publicitários que, segundo eles, “levam políticos corruptos ao poder, mas são profissionais honestos”. “A gente tem muita coisa para pedir”, explicou Cristine Maza, uma das organizadoras do protesto, que começou por volta das 17h desta terça-feira. Rechaçados nas manifestações que aconteceram em outros estados, os políticos foram bem-recebidos no protesto carioca. “Nós respeitamos os políticos que estão aqui como cidadãos”, avisaram.

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Entre os 2,5 mil manifestantes estimados pela Polícia Militar, quase cem homens vestindo camisetas vermelhas se destacavam na escadaria de Câmara dos Vereadores. “Viemos pedir um piso nacional para a categoria”, explicou o sargento Santos Luz, que levou ao protesto o capacete, uma buzina e uma bandeira do Brasil. Para reivindicar a aprovação da PEC 300, os profissionais montaram uma caravana e estamparam camisetas com a frase “Bombeiros do Rio de Janeiro pedem socorro”

Alguns defendiam suas causas em menor número. Era o caso do escritor Ravengard que, acompanhado de “um moço que está filmando essa luta”, carregava uma planta e vestia uma fantasia de Dom Pedro. “Estou divulgando o ipê-roxo, que é anticancerígeno”, esclareceu. “E corrupção é um câncer, não é mesmo? Dom Pedro foi um dos primeiros que fez o reflorestamento no Rio de Janeiro”.

Eles ficaram em casa – Ao contrário do protesto paulistano contra a corrupção no Dia da Independência, os jovens eram minoria na Cinelândia. “Os organizadores têm cerca de 30, 40 anos”, contou Cristine. “Essa é a idade dos nossos amigos, das pessoas que convidamos no Facebook”. Sobre o fato de 35 mil pessoas terem confirmado a presença nos protestos pela rede social, mas não terem comparecido, Cristine diz que os organizadores já sabiam que seria impossível contar com todo mundo. “Pela internet é muito fácil. É só apertar um botão”.

Outra manifestação está marcada no Rio de Janeiro para o dia 12 de outubro, data em que outras dezenas de cidades escolheram para dar continuidade aos protestos. “Este foi o primeiro passo que demos para limpar a cara do Brasil”, gritou um dos organizadores, encerrando o protesto por volta das 20h. “Nosso manifesto não acaba aqui”, concluiu, antes de puxar um hino nacional entre os cariocas que ainda resistiam na Cinelândia.

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