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Mais duas mulheres acusam médico de abuso após criação de canal pelo MP

Denúncias foram encaminhadas horas após o Ministério Público montar uma estrutura para receber denúncias de vítimas contra o nutrólogo Abib Maldaun Neto

Por Edoardo Ghirotto
Atualizado em 11 mar 2021, 22h11 - Publicado em 22 set 2020, 17h35

Mais duas mulheres formalizaram denúncias de abuso sexual contra o nutrólogo Abib Maldaun Neto horas após o Ministério Público de São Paulo divulgar a abertura de um canal para receber acusações sobre o caso. Com os relatos feitos nesta terça-feira, 22, o número de vítimas do médico subiu para 20 desde que VEJA publicou na sexta-feira, 18, uma reportagem com depoimentos inéditos de mulheres que dizem ter sido violentadas por ele.

O canal para receber as denúncias faz parte do Núcleo de Gênero do Ministério Público e já foi utilizado para ouvir as mulheres que tinham acusações de abusos sexual contra o médium João de Deus. Os relatos podem ser encaminhados para o e-mail “somosmuitas@mpsp.mp.br”. Todos os depoimentos serão mantidos em sigilo. As investigações dos fatos narrados serão conduzidas pela promotora Maria Fernanda de Castro Marques Maia.

“Mesmo que os fatos tenham prescrito, as vítimas serão acolhidas e ouvidas pelo Ministério Público. Todos esses depoimentos são muito importantes, porque uma mulher fortalece a outra quando se dispõe a falar”, disse a promotora Valéria Scarance, responsável por coordenar o canal de antedimento. Denúncias também podem ser enviadas para a Ouvidoria Nacional do MP, pelo telefone/WhatsApp (61) 3315-9476 e pelo e-mail ouvidoriadasmulheres@cnmp.mp.br.

O escritório do advogado Fernando Castelo Branco, que representa quatro vítimas do médico na Justiça, recebeu mais nove relatos de mulheres com denúncias contra Maldaun Neto. Entre eles, está o caso de uma mulher que afirma ter sofrido o abuso sexual quando tinha 14 anos, conforme revelou o portal G1 nesta terça-feira.

Na edição desta semana, VEJA revelou três novos depoimentos de mulheres que acusavam Maldaun Neto de cometer abusos sexuais durante consultas realizadas num consultório particular nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Em julho, ele foi condenado em segunda instância a dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto por um crime semelhante, mas continua trabalhando normalmente. Duas das vítimas que conversaram com VEJA já tinham entrado com ações no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para cassar a licença profissional de Maldaun Neto. Nesta terça-feira, uma terceira vítima abriu outra representação contra o nutrólogo no Cremesp. Ele nega ter cometido os crimes.

Uma das mulheres que acusam o médico nutrólogo Abi:b Maldaum Neto “Ele é um predador, tem um método estabelecido” -
Uma das mulheres que acusam o médico nutrólogo Abi:b Maldaum Neto “Ele é um predador, tem um método estabelecido” – (Kaio Lakaio/./VEJA)

Maldaun Neto é um médico conhecido entre celebridades e políticos. O trabalho do nutrólogo com a medicina ortomolecular lhe rendeu reconhecimento internacional e honrarias como a Medalha Anchieta, a maior condecoração concedida na cidade de São Paulo. No Instagram, constam participações em programas de TV e fotos com personagens conhecidos, como os apresentadores Celso Portiolli e Ratinho.

O especialista teve sua conduta questionada a partir de uma acusação feita em 2014. Segundo a denúncia, Maldaun Neto perguntou sobre a vida sexual da paciente durante a consulta, pediu a mulher que tirasse as roupas e introduziu os dedos em sua vagina. Ao final, abraçou a vítima e disse que ela que poderia conside­rá-lo como um amigo. “Quando cheguei em casa, esfregava o meu corpo com muita força no banho e repetia em voz alta que aquilo não tinha acontecido”, afirmou a acusadora, que não quis se identificar, a VEJA. Foi esse processo que levou à condenação do médico em segunda intância, por 3 votos a 0, em julho deste ano.

Procurada por VEJA, a defesa de Maldaun Neto alega que só vai se pronunciar nos autos do processo e que “a presunção de inocência do acusado prevalece até o trânsito em julgado da sentença condenatória, o que no caso não ocorreu”

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