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Mais de um terço de droga apreendida pela Polícia Civil pertencia a Marcola

Dos 102 quilos interceptados em investigação da Polícia Civil, 40 eram negociados pelo chefe do PCC, que está preso no interior de São Paulo

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 jul 2014, 22h18

A Polícia Civil informou nesta terça-feira que mais de um terço da droga apreendida em operação deflagrada na semana passada pertencia ao líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola.

O delegado Rui Ferraz Pontes, da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra o Patrimônio do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), afirmou que o bandido adotou outro apelido para despistar os investigadores: Russo.

Dos 102 quilos de cocaína recolhidos até agora, quarenta estavam em pacotes etiquetados com a nova alcunha do chefe da organização criminosa. Os primeiros dez quilos da cocaína foram apreendidos na terça-feira com Daiane Santos da Silva, conhecida como Dai, que seria a líder das ‘mulas’ do grupo. Outros trinta quilos foram encontrados no sábado com Fabiano Guedes de Medeiros, o Gordão, um dos gerentes da facção criminosa.

A polícia também concluiu que Marcola continua atuante na facção. Diversas cartas e bilhetes enviados por visitantes do presídio mencionam o nome do chefão, que cumpre pena pela condenação de mais 230 anos de prisão no presídio de Presidente Venceslau Brás (SP). Essa troca de informações por meio de recados escritos, batizada pelos criminosos de “bate bola” – nome dado à operação policial — , passou a ser usada após a instalação de bloqueadores de celular no presídio.

Com as descobertas, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública pretendem fazer um novo pedido à Justiça para que Marcola seja transferido para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde o preso não tem direito a visitas e passa 22 horas confinado em cela individual.

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Operação – As apreensões são resultado de uma operação do Deic iniciada há seis meses. Até o momento, quarenta suspeitos de ligação com o PCC foram presos, entre eles, dois adolescentes. A Polícia Civil também acionou a Interpol para prender dois foragidos que estão no exterior: Fabiano Alves de Souza, o Paca, apontado como o único chefe do PCC em liberdade, está em San Juan Caballero, no Paraguai; e Wilson José Lima de Oliveira, o Neno, responsável pela contabilidade da facção, está em Orlando, nos Estados Unidos.

Além da droga, foram apreendidos mais de 120.000 reais em espécie, um fuzil, uma submetralhadora, quatro pistolas e 31 veículos. Na casa dos detidos também foram recolhidos computadores, celulares e documentação com informações sobre o “modo operacional” do bando. O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella, afirmou nesta terça que a operação desferiu um “grande golpe” no sistema financeiro da organização. Três contas bancárias do PCC foram descobertas e bloqueadas. A polícia acredita que o faturamento da facção chegava a 7 milhões de reais por mês.

A investigação também detectou o envolvimento de policiais civis e militares com integrantes da facção. O secretário de Segurança afirmou que recebeu as denúncias nesta terça-feira e já as encaminhou para as corregedorias das Polícias Civil e Militar. Segundo o diretor do Deic, Wagner Giudice, os policiais extorquiam os criminosos nos pontos de venda de droga, e foram citados em escutas e anotações interceptadas na investigação.

“O policial passava na biqueira e arrecadava o dinheiro que tinha ali naquele momento. É uma situação de concussão e extorsão. Não sabemos quantos são, porque isso vai demandar a quebra de outros sigilos”, afirmou Giudice. Reportagem desta segunda do jornal Folha de São Paulo informou que há ao menos trinta policiais envolvidos.

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