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Mais comportada e pobre, parada gay de São Paulo diminui de tamanho

Orçamento desta edição foi de 325.000 reais – 120.000 a menos do que em 2011

Por Da Redação
10 jun 2012, 21h14

Com menos orçamento, mais comportada e muito vigiada, a 16ª Parada do Orgulho LGBT deste ano encolheu. Pela primeira vez na história do evento, a organização não divulgou oficialmente o público que compareceu à Avenida Paulista na tarde deste domingo. Para a Polícia Militar e o público presente, o evento atraiu muito menos gente do que nas edições anteriores.

“Está muito mais pobre, com menos gente, menos carros, menos divulgação”, definiu a travesti Desire Viana, de 33 anos, analista de sistemas que há oito anos vem de Porto Alegre (RS) para o evento. Neste ano, de fato, o evento teve orçamento de 325.000 – 120.000 a menos que no ano passado. O número de trios elétricos também caiu, de 16 para 14.

Com 70 pessoas da Guarda Civil Metropolitana à paisana e câmeras voltadas a combater o comércio clandestino de bebidas, os camelôs tiveram de abandonar os carrinhos e isopores, camuflando-se com pequenas mochilas.

“Houve 100 atendimentos médicos, a maioria por embriaguez. Quatro pessoas tiveram de ser levadas a hospitais”, disse o tenente coronel Benjamin Francisco Neto, que comandou a PM durante a Parada. No ano passado, a estimativa de atendimentos médicos foi de 500 casos.

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Após a polêmica do ano passado, que teve como tema a frase “Amai-vosUnsAosOutros” e a exibição de cartazes de santos, a organização do evento adotou um discurso menos provocativo e mais político. O tema deste ano foi “Homofobia tem Cura: Educação e Criminalização”. A organização afirmou, inclusive, que medir o público presente não era mais importante, e sim a mensagem do evento. Apesar de não divulgar o número, o presidente da Parada, Fernando Quaresma, disse que o evento bateu recorde de público. No ano passado, a estimativa oficial era de 4,5 milhões de pessoas, o que fazia da parada gay até então a maior do mundo.

Frequentadores mais antigos da parada afirmam que, cada vez mais, o evento parece uma balada. “Com o passar do tempo a parada ficou pior, no meu modo de ver. Não é mais um marco do movimento, um símbolo da resistência”, disse o assessor parlamentar Odair José da Silva, 30.

Quem chegou um pouco mais tarde, encontrou a Avenida Paulista silenciosa por volta das 16 horas, duas horas após o início do evento. Os trios elétricos já avançavam pela Consolação rumo ao Largo do Arouche e um batalhão de garis ia trabalhando atrás. A estimativa da Prefeitura era de que a região da Paulista estivesse limpa até as 22 horas.

A PM afirma que foram registrados oito furtos, de celulares e carteiras, além da apreensão de dois punhais. Segundo a corporação, não houve nenhuma ocorrência grave.

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Durante a manhã, em entrevista coletiva, autoridades manifestaram seu apoio ao evento LGBT. A senadora Marta Suplicy (PT), disse, inclusive, que acredita que a sociedade brasileira retrocedeu em relação ao conservadorismo. “Há 16 anos, nós tínhamos skinheads matando pessoas homossexuais e, por isso, foi realizada a primeira parada. E hoje, a parada terá como o tema a homofobia novamente e, mesmo assim, nós não conseguimos votar no Senado Federal a criminalização da homofobia, e isso é muito sério.”

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) foi sucinto em seu discurso, mas demonstrou apoio à causa GLBT e, principalmente, à Parada. “A cada ano essa festa se aperfeiçoa, se moderniza, se integra, do ponto de vista política e de infraestrutura.”

(Com Agência Estado)

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