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Máfia do Apito a um passo da impunidade

Por Da Redação
6 ago 2009, 20h08

O escândalo de arbitragem que abalou o futebol brasileiro há quatro anos está a um voto da impunidade. Após decisões favoráveis de dois desembargadores, o arquivamento do caso que ficou conhecido como Máfia do Apito só não foi concluído nesta quinta-feira, no Tribunal de Justiça de São Paulo, porque o terceiro magistrado, Christiano Kuntz, pediu um prazo maior para análise.

Revelada em outubro de 2005 em reportagem de VEJA, a Máfia do Apito foi um esquema que envolveu árbitros de futebol e golpistas de sites de aposta durante o Campeonato Brasileiro daquele ano. Com os resultados acertados com o juiz, a quadrilha lucrava em apostas milionárias em sites de jogatina na internet. É o maior golpe na paixão dos brasileiros pelo futebol e um escândalo de repercussão internacional. Gravações telefônicas mostram que Edilson Pereira de Carvalho, em conluio com os empresários, “vendeu” e, em outras oportunidades, tentou “vender” os resultados de muitas das 25 partidas que apitou desde janeiro de 2005. Com base nos resultados combinados com o juiz, os empresários faziam apostas milionárias em dois sites de futebol na internet que oferecem loterias eletrônicas.

Até terça-feira, Christiano Kuntz decidirá se vai revelar seu voto ou se pedirá que o processo seja retirado da pauta por tempo indeterminado. Caso o desembargador opte por mais uma votação, a questão será definida na sessão da próxima quinta no TJ de São Paulo.

Para que processo prossiga, é necessário que Christiano Kuntz vote contra o trancamento da ação e que ao menos um dos outros dois desembargadores, Fernando Miranda e Francisco Menin, mude de ideia. Ao justificarem seus votos favoráveis ao arquivamento, Fernando Miranda e Francisco Menin alegaram que o caso não possui legislação específica e não pode ser tratado como estelionato e formação de quadrilha.

Na semana seguinte à publicação da reportagem, Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon confessaram o roubo. Tanto Edilson como os empresários Nagib Fayad e Vanderlei Pololi, acusados de aliciar os árbitros, foram detidos e cumpriram prisão temporária de cinco dias. Por ter se apresentado à PF, Danelon não foi preso. Confissões feitas e suspeitos detidos, caiu então o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Armando Marques. Após confirmar a manipulação de resultados, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), sob a presidência de Luiz Sveiter, remarcou 11 partidas da competição e puniu os árbitros Edílson e Paulo José Danelon com o afastamento definitivo do quadro da CBF.

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(Com Agência Estado)

Ponto de vista: Mau começo

O País do Futebol sempre foi menos indulgente que o Brasil. Os jogos começam no horário, os torcedores exigem que o time se esforce e vença, quem não vai bem é substituído, os diretores sofrem cobranças permanentes, os juízes punem também infratores famosos.

Se o escândalo da Máfia do Apito for arquivado, o País do Futebol mudará para pior. Vai ficar mais parecido com o Brasil.

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