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Máfia da merenda tinha plano para ‘atacar outras cidades’, mostram grampos

Investigações da Operação Alba Branca indicam que entre os alvos estavam prefeituras de cidades da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais

Por Da Redação
15 fev 2016, 10h10

Interceptações telefônicas da Operação Alba Branca indicam que a organização criminosa, suspeita de fraudar licitações da merenda escolar e superfaturar produtos agrícolas e suco de laranja, planejava se infiltrar em outras prefeituras de São Paulo e de outros Estados, como Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por meio da cooptação de servidores e gestores municipais.

A investigação mostra que pelo menos 22 administrações municipais paulistas já haviam fechado negócio com a Coaf, cooperativa apontada como carro-chefe das fraudes que também mirava em contratos da Secretaria da Educação do Estado.

Um resumo de 53 grampos anexado ao relatório da Polícia Civil destaca intensa atividade do grupo em dezembro, sob coordenação do lobista Marcel Ferreira Júlio. Foragido desde que a Alba Branca foi deflagrada, em 19 de janeiro, Marcel conversa e orienta outros alvos, principalmente o então diretor financeiro da Coaf, César Bertholino. “O saque foi em cima do dinheiro do Estado”, diz Bertholino, em diálogo de 10 de dezembro com Marcel, sem especificar detalhes. O lobista diz que “foi protocolar documento na Secretaria”.

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A investigação mostra que Marcel e o ex-presidente da Coaf Cássio Chebabi circulavam por gabinetes de deputados na Assembleia Legislativa, cujo presidente, Fernando Capez (PSDB), é alvo do inquérito – a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo requereu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do tucano. Em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo publicada nesta segunda-feira, Capez negou o envolvimento no esquema. “Não cobrei nada e não posso responder pelos atos de um assessor”, disse.

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A estratégia da organização para 2016 incluía precauções como o sigilo das comunicações. Interceptação do dia 15 de dezembro pegou “Carioca” pedindo a seu interlocutor, “Carlinho”, o “modelo de contrato e de chamada pública”. “Carlinho” sugere o uso do aplicativo Telegram, “pois é mais seguro para este ramo que trabalham”.

Em grampo de 23 de dezembro, “Carlinho” fala com Bertholino sobre pagamento realizado em um município da Grande São Paulo e dos planos da organização. Eles falam em “atacar outras cidades para ganhar dinheiro e sustentar a cooperativa”.

O governo do Estado já abriu investigação, a cargo da Corregedoria-Geral da Administração. A Secretaria da Educação tem afirmado que colabora com as investigações.

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(Com Estadão Conteúdo)

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