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‘Lula pode ser preso’, diz jornal americano ‘The New York Times’

A decisão do Supremo repercutiu na imprensa internacional; espanhol "El País' refere-se também ao 'reino do imprevisível' brasileiro

Por Da redação
Atualizado em 13 abr 2018, 18h58 - Publicado em 5 abr 2018, 07h51

A decisão na Suprema Corte, que deixou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais perto da prisão na Lava Jato, repercutiu na imprensa internacional. Os veículos chamam atenção para o possível encarceramento do petista após a rejeição do habeas corpus preventivo no qual ele pedia para exaurir recursos a todas as instâncias em liberdade.

O americano The New York Times publicou em seu portal a manchete: “Ex-presidente brasileiro, ‘Lula‘, pode ser preso, decide Corte”. O  jornal afirmou que o julgamento do habeas corpus “forçou os juízes a enfrentar uma questão com implicações de longo alcance para muitas outras figuras poderosas enredadas na investigação de corrupção em grande escala conhecida como Lava Jato, incluindo o atual presidente, Michel Temer: Em que ponto do processo de apelação pode o réu ser preso?”

O NYT ressaltou que a Corte deu “sua resposta” à questão: decidiu manter o status quo, “em que condenados podem ser encarcerados após decisões de segunda instância”. “Com a decisão nas mãos, é esperado de Sérgio Moro, o juiz federal que conduziu as investigações contra Lula, que expeça um mandado de prisão contra o ex-presidente em questão de dias”.

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Já o El País, da Espanha, afirmou que, apesar de o Brasil ser o “reino do imprevisível, dos meandros burocráticos, das reviravoltas de última hora, tudo indica que Lula está a ponto de ser tornar um presidiário nos próximos dias”.

O veículo destaca que a prisão do ex-presidente terá “enormes consequências políticas” levando em consideração que Lula “encabeçava as preferências de voto para as eleições presidenciais de outubro”.

A BBC de Londres também chamou atenção para a proximidade de uma eventual prisão de Lula e sobre os impactos que ela terá nas eleições desde ano. Sobre o julgamento, a emissora ressaltou a “maratona” do Supremo que terminou na madrugada desta quinta-feira.

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A emissora também relembrou aos britânicos sobre do que se trata a Operação Lava Jato. “A investigação, nomeada Operação Lava Jato, revelou uma enorme teia de corrupção envolvendo políticos da alta cúpula em um amplo espectro de partidos pegando propinas”.

O britânico The Guardian destacou o resultado da decisão do STF nas chamadas principais de sua homepage. O jornal destacou a possibilidade do ex-presidente ser preso em breve e o abalo que pode trazer para a sua carreira política e seu partido. A reportagem também resgatou a divisão de opiniões no país, agravada após o tuíte do general Eduardo Vilas Boas afirmando que as forças armadas “repudiam a impunidade”.

The Guardian (The Guardian/Reprodução)

“Os comentários chocaram muitos no Brasil, que de 1964 a 1985 esteve sob uma ditadura militar caracterizada por opressão, censura e graves violações dos direitos humanos, onde milhares foram mortos ou torturados pelo regime”, escreveu. O jornal finaliza citando a incerteza que a prisão de Lula pode trazer às eleições de outubro.

O americano The Washington Post destaca que a prisão do líder do PT “efetivamente extinguiria a carreira de 40 anos de um dos políticos mais influentes da história moderna do Brasil”. O jornal também cita o crescimento da violência motivada por acirramentos políticos, com destaque para o episódio em que a caravana do ex-presidente foi atingida por tiros. O fim da carreira do ex-presidente também foi o tema da reportagem da rede americana CNN, que se preocupou apenas em explicar de forma breve os motivos para o julgamento.

Com o título: “Lula: o Partido dos Trabalhadores do Brasil, órfão de seu herói”, o francês Le Monde falou sobre o enfraquecimento da esquerda no Brasil. O jornal destacou que, sem Lula, as opções do PT para candidatos a presidência não apresentam força, demonstrando a dependência do partido com seu líder. “Uma vez, em 24 de março, o ex-metalúrgico murmurou o nome de seu eventual sucessor: Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo”, mas ressalta que, sem Lula, “o PT colheria, com Haddad, apenas 3% dos votos, segundo pesquisa do instituto Datafolha de dezembro de 2017”.

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O argentino Clarin dedicou o topo de sua página inicial a uma série de reportagens e análises sobre “a crise política no Brasil”. A chamada para a reportagem que traz os desdobramentos do julgamento: “Golpe a Lula da Silva: a Corte decidiu contra e já pode ser preso”. O periódico citou o voto de cada um dos ministros e resgatou todo o início da operação Lava Jato até este momento.

Ao explicar o caso do Triplex, o jornal é direto: “Lula foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro de um apartamento que não é dele, que não tem elementos probatórios sobre o caso e que além de tudo o juiz Moro enviou ao leilão público. Como o ex-presidente disse: ‘Se é meu, por que eles não me devolvem?’”. (Clarín/Reprodução)

O outro argentino La Nación também dedicou uma parte de sua página principal para reunir uma série de reportagens e análises sobre “Lula perante a justiça”. Assim como o Clarín, o jornal trouxe o voto de cada um dos ministros, com ênfase em Rosa Weber que, até o último momento, o voto foi um mistério e quando finalmente o anunciou, “grupos de oposição a Lula que se reuniram em diferentes partes do país entraram em júbilo, como se fosse um gol de um campeonato de futebol. Nas ruas havia buzinas e gritos de alegria que contrastavam com os rostos de desapontamento dos seguidores do líder petista”.

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Portais da Rússia, Alemanha, Itália e Portugal também comentaram sobre o julgamento, embora que de maneira tímida. A foto do ex-presidente recebeu um espaço nesta quinta-feira na capa do jornal americano The Wall Street Journal.

Wall Street Journal (Wall Street Journal/Reprodução)

(Com Estadão Conteúdo)

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