Lula manda Lewandowski e diretor da PF ao Rio para reunião com governador
Presidente ficou ‘estarrecido’ com o número de mortes em megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, afirma ministro da Justiça
Por determinação do presidente Lula, o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, viajarão ao Rio de Janeiro para se encontrar com o governador Cláudio Castro ainda nesta quarta-feira à tarde e discutir os desdobramentos da megaoperação policial deflagrada pelas forças estaduais na véspera, que resultou em mais de 100 mortes.
“O presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais que se registraram no Rio de Janeiro”, afirmou Lewandowski a jornalistas depois de reunião com Lula e vários ministros no Palácio da Alvorada. “Ele se mostrou surpreso que uma operação dessa envergadura fosse desencadeada sem o conhecimento do governo federal”, acrescentou.
Lewandowski disse que o encontro com o governador do estado servirá para avaliar a situação “conjuntamente” e o Executivo federal verificar como pode apoiar “não apenas o Rio de Janeiro, mas o povo do Rio de Janeiro, que foi duramente atingido por essa operação”.
“Vamos procurar minimizar o sofrimento do povo, apoiar as forças de segurança e intensificar, naquilo que for possível, o combate às organizações criminosas”, declarou o ministro.
Questionado sobre como o Executivo federal poderia ajudar o governo do Rio na prática, o ministro disse ter disponibilizado vagas em presídios federais de segurança máxima para a transferência de lideranças de facções e o trabalho de peritos e médicos legistas para identificar os mortos e saber se pertenciam a organizações criminosas.
Ele também levantou a possibilidade de aumentar os contingentes da Força Nacional de Segurança Pública, que atua continuamente no Rio desde 2023.
“Nós temos um intenso trabalho da Polícia Federal que desbaratou várias quadrilhas de tráfico de drogas, de armas, até uma fábrica de fuzis foi desmontada pela Polícia Federal recentemente, com potencial para fabricar 3.500 fuzis de alta potência”, disse o ministro.
“A Polícia Rodoviária Federal está nas rodovias federais do Rio de Janeiro. Podemos, eventualmente, ampliar esse contingente. Mas é claro que é uma operação complexa, não há uma bala de prata para resolver essa situação”, completou.
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