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Lula conversa, articula, viaja, mas garante que não está em campanha

Segundo o ex-presidente, falar em eleição agora é um desrespeito às vítimas do coronavírus -- embora ele não faça outra coisa

Por Letícia Casado
Atualizado em 17 Maio 2021, 05h42 - Publicado em 16 Maio 2021, 13h05

Na quarta-feira, 12, o instituto Datafolha divulgou uma pesquisa em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida eleitoral de 2022 com 55% da intenção de votos, contra 32% de Jair Bolsonaro em eventual segundo turno. Pessoas próximas a Lula dizem que, mesmo assim, ele continua evitando falar em candidatura no momento, mas avalia que com uma base sólida de ao menos 30% de intenção de votos, não terá como ficar de fora da disputa.

Lula, no entanto, está com o “pé no chão “, segundo um interlocutor. Ele sabe que, em qualquer cenário, a eleição não será fácil e que o bolsonarismo tem base sólida, com um setor da sociedade alinhado com o presidente e que rejeita o petismo. A única convicção do ex-presidente é que ele não pode entrar na disputa para perder. “A biografia ficaria arranhada”, avalia um dirigente petista. “Ele não precisa mais disso”, acrescenta.

Aliados do petista repetem que, apesar dos números da pesquisa serem favoráveis, a experiência mostra que é preciso ter paciência e tranquilidade ao analisar cenários, ainda mais com tanto tempo faltando para outubro de 2022. Lula queria limpar sua ficha, o que, ao menos para efeitos legais, conseguiu. Disputar e vencer a eleição seria dar volta por cima em sua plenitude. Mas ele não quer correr riscos.

No Palácio do Planalto a expectativa é que a importação de vacinas aumente ao longo do segundo semestre e, com a intensificação da imunização, a popularidade de Bolsonaro volte a subir. Mas o fato de a pesquisa já refletir o enfraquecimento do presidente é significativo para os petistas, que dizem que a crise sanitária e o aumento da fome no país ainda estão longe de serem controlados. E acrescentam: o fim da pandemia em outros países enquanto o Brasil ainda sofre com o vírus vai fazer as pessoas questionarem cada vez mais a atuação de Bolsonaro na crise e isso pode se refletir nas urnas no próximo ano.

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Lula tem dito que só entra na corrida eleitoral se sua saúde permanecer boa e se ele conseguir construir um arco de alianças  com a qual poderia governar. E que falar em eleição agora seria um desrespeito às vítimas do coronavírus e às famílias empobrecidas, segundo interlocutores. Ainda assim, o ex-presidente tem conversado com líderes de diferentes partidos, embaixadores e em junho deve começar a viajar a alguns Estados para intensificar as articulações locais. Mas tudo isso, claro, nada tem a ver com eleição.

Outro fator importante que deve fortalecer Lula nas pesquisas, segundo petistas, é a conclusão do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. Em março o STF anulou as condenações do petista sob o argumento de que a Justiça Federal em Curitiba não era o foro adequado para analisar os processos e ele teve os direitos políticos restabelecidos.

O tribunal já tem maioria para confirmar outra decisão, que considerou o ex-juiz parcial em um dos processos de Lula, o do tríplex do Guarujá. O julgamento foi suspenso faltando apenas dois votos. Quando for concluído, dizem interlocutores do ex-presidente, o discurso de Lula vai ficar mais forte e mais fácil de ser transmitido às diferentes camadas da população.  

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