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Líder do PT diz que não vê problema em pedir ajuda ao governo Bolsonaro

Deputado Enio Verri diz que agradeceria "muito discretamente" ao Palácio do Planalto se conseguisse uma força para liberar verbas públicas para a sua cidade

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 dez 2020, 12h46

Em público, o presidente Jair Bolsonaro e os partidos de esquerda costumam demonstrar que estão em lados opostos. Nos bastidores de Brasília, porém, um pouco dessa rivalidade tem sido deixada de lado por conveniências e necessidades políticas. Conforme mostrou reportagem de VEJA, os opositores do governo foram ao balcão do Palácio do Planalto para negociar uma boquinha nas verbas oficiais. Faz parte da atividade política.

Um exemplo disso é o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), crítico ferrenho de Bolsonaro. Recentemente, o parlamentar entrou em contato com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, para pedir ajuda na liberação de recursos públicos para a construção de um campo de futebol no estado de São Paulo, a sua base eleitoral. Como Zarattini foi o único integrante do seu partido a ter votado a favor do novo Código Brasileiro de Trânsito, um projeto considerado prioritário para o presidente Bolsonaro, a solicitação foi encaminhada ao ministério da Cidadania.

O pedido de ajuda foi feito de forma discreta. Estranho é o deputado negar. Zarattini diz que não fez qualquer solicitação ao governo. “Não tem nada disso. E também não votei por causa do governo. Foi por absoluta convicção pessoal, porque sempre defendi os motoristas profissionais. É uma posição minha. O Planalto pode estar querendo se gabar porque conseguiu um voto de um petista. Eles adoram fazer essa brincadeira de dizer que têm relação com o PT”, afirma o deputado da oposição.

O líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PT-PR) diz que não vê problema algum se os parlamentares do seu partido resolverem pedir ajuda ao governo Bolsonaro. “Pedir pode. Se o governo vai liberar é outra coisa”, afirma. “Se eu critico Bolsonaro, voto contra todos os seus projetos e, mesmo assim, o governo resolve ficar com dó de mim e dar alguma coisa para a minha cidade, pode ter certeza que vou agradecer, mas muito discretamente”, ressalta Verri. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), preferiu não comentar.

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A investida do governo na relação com integrantes da esquerda envolve também membros do PDT e do PSB, partidos de oposição que emergiram das últimas eleições municipais como uma força alternativa ao PT. Parlamentares como Eduardo Bismarck (PDT-CE), coordenador da bancada do Ceará e ligado ao presidenciável Ciro Gomes, aproximaram-se do Planalto — que, por sua vez, abriu as portas do governo para ajudar o deputado em diversas frentes, da liberação de recursos do  Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ao cadastramento de leitos da UTI no ministério da Saúde para o governo do Ceará. Não por acaso, em outubro, Bismarck publicou em seu Twitter um post elogiando o trabalho do ministro Ramos: “Seu trabalho institucional de diálogo com os parlamentares no Congresso faz avançar políticas importantes”.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, diz ter ficado surpreso com a aproximação entre o Planalto e alguns integrantes da sua legenda. “Essa situação vai gerar conflito”, alerta ele. “Quem não ficar com o partido não tem mais o que fazer no PDT”, diz o ex-ministro do governo Dilma.

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