Justiça marca interrogatório dos réus da boate Kiss
Dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira e os sócios da casa noturna serão ouvidos entre o fim de novembro e o início de dezembro
A Justiça do Rio Grande do Sul agendou o interrogatório dos quatro réus no processo criminal sobre o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, que deixou 242 mortos em 2013.
Marcelo de Jesus do Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão, integrantes da banda Gurizada Fandangueira, serão ouvidos nos dias 24 e 25 de novembro, em Santa Maria, no Salão do Júri do Foro Local. Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da casa noturna, vão depor no Foro Central I de Porto Alegre nos dias 2 e 3 de dezembro. Todas as audiências estão marcadas para as 13h30.
Incêndio – O incêndio na boate Kiss ocorreu após um artefato pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira atingir o teto. O incidente causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos. As responsabilidades são apuradas em seis processos judiciais.
O juiz responsável pelo caso, Ulysses Fonseca Louzada, afastou a necessidade de reconstituição do acidente. Ele argumentou “não fazer reviver nas vítimas e envolvidos pela tragédia, o sofrimento gerado no dia do fato”. O juiz avaliou que dúvidas sobre provas no interior do local foram esclarecidas na instrução criminal.
Depois dos depoimentos, Louzada abrirá prazo para que acusação e defesas apresentem por escrito as alegações finais. Feito isso, será decidido se os réus vão ou não a júri popular. As acusações são de homicídio qualificado por motivo torpe e emprego de fogo.
O magistrado ainda deu prazo de dez dias para que a Associação dos Pais de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) manifeste interesse em receber materiais das vítimas que estão no prédio atingido pela tragédia.
(Com Estadão Conteúdo)