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Justiça manda soltar manifestantes detidos antes de protesto

Segundo a PM, ao todo 27 pessoas foram detidas porque estavam em "atitude suspeita"

Por Da redação
Atualizado em 6 set 2016, 09h23 - Publicado em 6 set 2016, 09h23

A Justiça de São Paulo liberou no início da noite desta segunda-feira 18 manifestantes que foram detidos antes do protesto contra o governo Michel Temer, na capital paulista, no domingo. Segundo a Polícia Militar, ao todo 27 pessoas foram detidas porque estavam em “atitude suspeita”.

A eles foram atribuídos os crimes de associação criminosa, formação de quadrilha e corrupção de menores. Entre os detidos havia adolescentes que portavam equipamentos de proteção, como máscaras e óculos. A PM também diz ter encontrado com o grupo uma barra de ferro, vinagre e um extintor.

Além de determinar a soltura imediata, o juiz entendeu em sua decisão não haver crime na conduta dos manifestantes presos. “As necessárias elementares do tipo de associação criminosa, estabilidade e finalidade de cometimento de delitos, não podem ser simplesmente presumidas pelo fato de os policiais terem encontrado com os averiguados uma barra de ferro, vinagre, material de primeiros socorros, extintor de incêndio e outros objetos, todos de porte lícito”, escreveu o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo.

“O Brasil como estado democrático de direito não pode legitimar a atuação policial de praticar verdadeira ‘prisão para averiguação’. Esse tempo, felizmente, já passou”, escreveu.

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Em entrevista para rebater as acusações de uso excessivo da força, o comandante do policiamento da Polícia Militar na capital, coronel Dimitrus Fyskaytoris, afirmou nesta segunda-feira que a corporação seguiu o protocolo interno, não cometeu excesso e salvou vidas no protesto de domingo. “Não reconheço excesso. A Polícia Militar seguiu o protocolo”, disse.

O oficial culpou os manifestantes pelo incidente que ocorreu após o fim do protesto na Estação Faria Lima. Na ocasião, a multidão foi dispersada em meio a bombas de gás lacrimogêneo arremessadas pela polícia. Segundo o coronel, a PM só atuou após pedido de funcionários do metrô. A concessionária ViaQuatro, responsável pela Linha 4 – Amarela, afirma que o pedido foi para organizar o fluxo de passageiros no acesso.

Entre os atingidos pelo gás estavam o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o ex-ministro Roberto Amaral. Os parlamentares e líderes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo responsabilizaram o governo Michel Temer e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pela atuação da Polícia Militar contra manifestantes que participaram do ato contra Temer e por eleições diretas já domingo em São Paulo.

Segundo os parlamentares, Temer “deu o tom” para a PM ao chamar, na China, os manifestantes de “arruaceiros” e “as 40 pessoas que quebram carros”. Lindbergh vai fazer uma representação na Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciando a violência policial. Teixeira vai cobrar do Ministério Público Estadual fiscalização sobre a PM.

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Tenente-coronal da PM – À frente da operação policial nas manifestações contra Temer em São Paulo no domingo, o tenente-coronel da PM Henrique Motta ironizou a situação da estudante Deborah Fabri, de 19 anos, que perdeu a visão do olho esquerdo ao ser ferida durante ato na semana passada.

Em seu perfil no Facebook, o oficial compartilhou uma postagem da página de direita “socialista de iphone” com dois tuítes da estudante sobre protestos. Na imagem, há uma montagem ironizando a jovem: “Quem planta rabanete, colhe rabanete”. Segundo Deborah disse a médicos que a atenderam, o ferimento foi causado por estilhaço de bomba lançada pela PM. Procurada, a PM não se manifestou.

(Com Estadão Conteúdo)

 

 

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