Justiça do Rio condena falsa desembargadora
Pedagoga prometia aprovação de candidatos reprovados em concurso público
Uma mulher de 63 anos foi condenada nesta terça-feira a três anos de prisão e multa pelo crime de estelionato. Vania Mello da Cunha é pedagoga, mas se passava por desembargadora e esposa de juiz no Rio de Janeiro. Com a ajuda de advogados, ela prometia a aprovação de candidatos reprovados em concurso público por meio de interposição de recursos. A sentença foi decidida por unanimidade pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Uma das vítimas, candidato reprovado em um concurso da Polícia Rodoviária Federal, depositou 10.000 reais na conta da pedagoga e entregou a ela um veículo Monza, ano 1994, para cobrir as despesas com o recurso. Três meses depois, sem saber do resultado do seu processo nem ser chamado para ocupar a vaga prometida, ele voltou ao escritório de Vania, no Centro do Rio, e se deparou com a sala fechada.
Segundo o relator do caso, desembargador Antonio José Ferreira Carvalho, a acusada “vendeu a garantia de êxito do recurso”, dando certeza ao candidato de que, como desembargadora, poderia influir na decisão da comissão que julgaria o recurso. O depoimento da vítima, considerado coerente, agregou valor à denúncia que reuniu “provas mais que suficientes para a condenação”, acrescentou o desembargador.