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Juíza que insultou Marielle se elege em órgão que avalia Flávio Bolsonaro 

Desembargadora Marília de Castro Neves, que se declarou eleitora do presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais, vai compor tribunal que julgará o 01

Por Marina Lang Atualizado em 1 dez 2020, 22h03 - Publicado em 30 nov 2020, 19h11

Condenada por danos morais ao mentir e ofender a memória da vereadora Marielle Franco (PSOL) logo após o assassinato da parlamentar a tiros em março de 2018, a desembargadora Marília de Castro Neves foi eleita para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta segunda-feira, 30. Ela vai compor o colegiado de 25 magistrados que julgará o caso de corrupção por meio de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos) quando este era deputado estadual pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

A desembargadora já declarou que votou no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em suas redes sociais. Ela chegou a fazer algumas postagens apoiando o então candidato à Presidência da República quando ele foi entrevistado no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, durante a campanha presidencial de 2018. “Go Bolsonaro Go!!! Let’s make Brazil great again!!! [Vai, Bolsonaro, vai! Vamos fazer o Brasil grande de novo, em tradução livre]”, escreveu, à época, a magistrada.

Postagem da desembargadora em que ela declarou seu voto em Jair Bolsonaro (sem partido)
Postagem da desembargadora em que ela declarou seu voto em Jair Bolsonaro (sem partido) (Reprodução/Facebook)

No final do mês de outubro, a desembargadora foi condenada pela 21ª Vara Cível do Rio de Janeiro a pagar uma indenização de danos morais à família de Marielle. Logo após a morte da vereadora, Marília escreveu que a parlamentar teria “engajamento com bandidos” e que teria sido “eleita pelo tráfico”. As afirmações falsas geraram séries de disparos em massa e de fake news contra Marielle, com imagens e informações inverídicas. 

O PSOL, partido da vereadora, ingressou com processos judiciais e com uma representação contra a juíza no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O processo no CNJ ainda está em trâmite. Porém, nem isso, tampouco a condenação pela 21ª Vara Cível foram suficientes para barrar a sua concorrência ao Órgão Especial. O TJRJ não informou quantos votos Marília angariou. 

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Há nove dias, conforme VEJA mostrou, o desembargador-corregedor Bernando Garcez compareceu a um encontro com o presidente em Brasília. Segundo a assessoria do TJRJ, não foram discutidos assuntos relativos a processos criminais – caso do processo do filho do presidente, que está com o Órgão Especial. 

Garcez, segundo o jornal “Valor Econômico”, se escondeu atrás de uma pilastra no Palácio do Planalto durante o dia do encontro com Bolsonaro na tentativa de evitar a imprensa. O desembargador também é membro permanente do Órgão Especial e concorreu à presidência do TJRJ, mas perdeu o pleito nesta segunda-feira para o desembargador Henrique Figueira, que teve 53,67% dos votos dos pares. Garcez, por sua vez, ficou com 44,07% das intenções. 

Flávio Bolsonaro e o esquema de corrupção 

O filho do presidente é apontado por comandar um esquema de corrupção que desviava a maior parte dos salários de funcionários em seu gabinete na Alerj durante mais de uma década de mandato enquanto deputado estadual junto ao PM reformado Fabrício Queiroz – apontado como o operador das manobras ilícitas.

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VEJA detalha a denúncia completa da rachadinha

Na denúncia contra Flávio Bolsonaro, os promotores apontam que ele teria desviado R$ 6 milhões ao longo do esquema. Três núcleos operavam no gabinete da Alerj, segundo o MP do Rio: o político, representado pelo próprio filho do presidente, o operacional – que era executado por Queiroz e Miguel Angelo Braga Grillo – e o executivo, com 12 funcionários-fantasmas.

Entre eles, estão a mãe e a ex-mulher do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, respectivamente Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa.

As defesas de Flávio e de todos os demais acusados negam todas as acusações imputadas pelo MPRJ.

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