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Juiz inclui foragido da Carne Fraca na lista vermelha da Interpol

Nilson Alves Ribeiro, um dos sócios do frigorífico Frigobeto, está na Itália. Filho dele se entregou à Polícia Federal nesta segunda-feira

Por Da redação
Atualizado em 21 mar 2017, 19h17 - Publicado em 21 mar 2017, 19h16

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pelos processos da Operação Carne Fraca, deflagrada na semana passada, determinou nesta segunda-feira que o nome do empresário Nilson Alves Ribeiro, um dos sócios do frigorífico Frigobeto, seja incluído na lista vermelha da Interpol. Alvo de um mandado de prisão preventiva, Ribeiro está foragido na Itália. Conforme VEJA antecipou hoje, o filho dele, Nilson Umberto Sacchelli Ribeiro, também alvo da Carne Fraca, entregou-se à Polícia Federal nesta segunda-feira.

Pai e filho são acusados pelos investigadores de pagar 350.000 reais em propina para fiscais do Ministério da Agricultura no Paraná em troca de uma licença em tempo recorde para abate de carne de cavalo. Segundo a PF, as propinas pagas pela família Ribeiro abasteciam a organização criminosa liderada pelo ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, afilhado do atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR). As investigações apontam que Daniel comandava um bando formado por nove fiscais agropecuários.

Como os dois têm cidadania italiana, a Polícia Federal monitorou a movimentação de ambos após a deflagração da Carne Fraca. Os investigadores descobriram que Nilson filho havia comprado uma passagem para a Itália e armaram um esquema para prendê-lo no aeroporto, mas ele não foi ao terminal. Dos 38 mandados de prisão expedidos na operação, só os da família Ribeiro não haviam sido cumpridos.

Em um das ligações interceptadas pela polícia com autorização judicial, Nilson pai e Nilson filho discutem o pagamento da propina aos fiscais. No primeiro diálogo, o filho diz ao pai que os fiscais pediram 700.000 reais para liberar o frigorífico para abate de carne de cavalo. O chefe da família reclama. “É muito dinheiro. Diz a eles que o nosso negócio é muito pequeno”.

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O filho volta a negociar com os fiscais e diz ao pai que conseguiu baixar a propina para 350.000 reais, mas pondera que o pagamento tem de ser feito no dia seguinte. O pai barganha ainda mais: “Então fecha esse valor, mas diz que vamos pagar 150.000 reais de entrada e dividir o restante em duas parcelas de 100.000 reais. Pede muito prazo para dar tempo de fazer esse dinheiro”, orienta.

O mais curioso é que, no final da ligação, o filho ainda explica para o pai que a família sempre soube “desde o início dos negócios” que só sobrevive no ramo quem tem dinheiro para “pagar por fora”. “É aquilo que te falei, pai. É tudo no dinheiro mesmo. Não tem outro jeito, né? Se quiser entrar na Justiça, deixar correr, ainda vamos gastar isso tudo ou muito mais com advogados e ainda ficaremos na incerteza”. O pai concorda e manda o filho providenciar o pagamento.

A primeira parte da propina foi paga em um hotel em Curitiba e a segunda parcela no aeroporto. Em um dos pagamentos, os Ribeiro arrolam outro membro da família, o caçula Jose Nilson Sacchelli Ribeiro, que não teve a prisão decretada, mas foi depor coercitivamente.

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