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Jovem relata ataque em shopping de SP: ‘Fui agredido por ser gay’

João Pedro Medeiros diz ter sido atingido por duas coronhadas na cabeça em agressão homofóbica; polícia vai analisar imagens de câmeras de segurança

Por Thais Lazzeri
Atualizado em 14 fev 2018, 23h36 - Publicado em 14 fev 2018, 17h41

Um jovem afirmou ter sido vítima de um ataque homofóbico dentro de um shopping de luxo na região central de São Paulo. O caso aconteceu na manhã de segunda-feira. Em relato feito nas redes sociais, João Pedro Medeiros, de 23 anos, diz ter sofrido ferimentos após ter sido atacado por um homem dentro do banheiro no Shopping Pátio Higienópolis.

Por telefone, Medeiros contou a VEJA que foi ao shopping para sacar dinheiro e tomar sorvete. O ataque, disse, ocorreu no banheiro, enquanto lavava as mãos. Um homem branco, de pouco mais de 1,80m, vestindo uma camiseta polo amarela passou a desferir xingamentos contra ele. “Sem que eu falasse nada, ele disse: ‘Vocês viados têm tudo que morrer'”. Segundo Medeiros, o rapaz o encarou. “Pensei que ou ele ia me arrebentar ou pedir desculpas, mas aí ele sacou uma pistola.” Então, Medeiros levou uma coronhada na cabeça. “Caí meio tonto, desorientado. Coloquei a mão na cabeça e veio pele com sangue. Gritei e saí correndo.”

O post com a hashtag #naoahomofobia, publicado na madrugada desta quarta, no qual informou sobre a agressão, já alcançava mais de 9.000 compartilhamentos nesta tarde.

Em um vídeo, também compartilhado em sua página no Facebook, Medeiros mostrou cenas gravadas na segunda. Ele, com uma das mãos trêmula e ensanguentada, aparece sendo atendido por bombeiros. “Dois médicos que estavam passeando no shopping me ajudaram”, contou. Medeiros foi levado ao ambulatório do shopping e, depois, para a Santa Casa. “Não queriam me levar de ambulância porque ‘era para casos graves’, mas insisti.” Ainda segundo ele, os seguranças do shopping não conseguiram pegar o suspeito da agressão. O rapaz relatou ter levado nove pontos na cabeça.

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“Sou gay e acreditava que se me encaixasse nos ‘padrões’ da sociedade eu estaria a salvo da homofobia. Vestia camiseta, calça jeans e tênis. Tinha um corte de cabelo normal. Parte da minha família não sabia que eu era gay e assim cresci. Nunca dei espaço para brincadeiras. E, mesmo me protegendo por tantos anos, fui agredido em um shopping de luxo por ser gay”, disse.

Medeiros conta que resolveu compartilhar o relato da agressão para evitar que outros passem pela mesma violência. “Se eu não falasse, poderia acontecer com outra pessoa. No post, muitos me acolheram, mas tem gente dizendo que eu mereço apanhar e sofrer por ser quem sou. Até o dia em que apanhei, nunca tinha conhecido alguém assim, capaz de odiar um desconhecido só pelo fato dele ser gay.”

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Na terça, ele disse, tentou registrar boletins de ocorrência, mas encontrou uma delegacia fechada e outra com mais de uma centena de roubos registrados no Carnaval. Registrou na quarta à tarde, horas depois de o relato ter sido publicado nas redes – nem a família de Medeiros, que vive no interior de São Paulo, sabia da agressão.

Investigação

Procurado por VEJA, o Shopping Pátio Higienópolis informou que “o cliente foi imediatamente atendido pela equipe de primeiros socorros e levado para um hospital da região. O empreendimento disse que segue à disposição das autoridades competentes para solução do caso”. Disse ainda que “não compactua com qualquer tipo de violência” e que “já encaminhou as imagens para as autoridades competentes e segue colaborando para solução do caso”.

Em nota, a Polícia Civil informou que o 77º Departamento de Polícia (Santa Cecília) “instaurou inquérito policial para investigar o caso. Imagens das câmeras de segurança serão analisadas e diligências estão em andamento visando a identificação do suspeito.”

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