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João de Deus recomendava abstinência sexual aos pacientes em tratamento

Acusado por mais de 500 mulheres de abuso, o médium aconselhava quarenta dias sem sexo para quem se submetia às cirurgias espirituais

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 dez 2018, 15h52 - Publicado em 18 dez 2018, 20h00

O mesmo médium que é acusado de abuso por mais de cinco centenas de mulheres recomendava a seus pacientes, desde a década de 90, abstinência de sexo até quarenta dias após o tratamento. Segundo João de Deus, que está preso preventivamente, este período é uma referência simbólica aos quarenta dias que Jesus Cristo passou jejuando no deserto.

Na prática, a abstinência serviria para evitar um dispêndio desnecessário de energia, o que facilitaria a recuperação dos doentes submetidos às intervenções cirúrgicas espirituais.

Esses cuidados pós-operatórios estão registrados no livro Curas Paranormais Realizadas por João Teixeira de Faria, monografia feita em 1997 pela pesquisadora Alfredina Savaris, com a autorização do médium. O livro tornou-se uma espécie de manual sobre o funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola, o local onde eram feitas as curas mediúnicas do guru em Abadiânia.

Além de sexo, o médium recomendava aos pacientes evitarem carne de porco, pimenta, bebidas alcoólicas e ovo, “segundo orientação dos espíritos”.

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No livro, João de Deus se autodefine: “Se eu fosse perfeito, não estaria nesta missão na Terra. Devo ter sido um grande pecador. Estou me preparando para outras encarnações”.

Na época, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora, citados no livro de Alfredina, definiram o médium como um homem que possui uma personalidade forte, “sendo muitas vezes impulsivo e rude”.

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Depois de testemunharem várias sessões de cura, os pesquisadores concluíram: “Os espíritos que se manifestam possuem comportamentos variados: alguns são dóceis e amáveis, outros são ríspidos e mal-humorados”. O livro não traz detalhes sobre as atividades dos espíritos “ríspidos e mal-humorados”.

Justiça

João de Deus teve o pedido de habeas corpus negado liminarmente pela Justiça de Goiás nesta terça-feira. Os advogados estudam pedir a troca da prisão preventiva por outra medida, como prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. O médium está detido no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia desde o último domingo, 16. Ele é acusado por mais de 500 mulheres de abuso sexual, mas as investigações se concentram, num primeiro momento, em quinze casos.

 

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