O ex-presidente americano Jimmy Carter afirmou nesta terça-feira, no Cairo, que o desenvolvimento das eleições legislativas no Egito, as primeiras desde a queda de Hosni Mubarak, em fevereiro, foi satisfatório.
“Houve alguns problemas, mas no conjunto a vontade das pessoas pôde se expressar convenientemente”, declarou a jornalistas o dirigente da Fundação Carter, credenciada para a observação das eleições, avaliando que o pleito transcorreu “pacificamente”.
Consultado sobre a ampla vitória dos islamitas, que somam, reunidas todas as tendências, 65% dos votos, Carter declarou que isto “não representa nenhum problema” e assegurou, ainda, que “o governo americano tampouco tem problemas com isso”.
A visita se realiza dias depois das batidas da Justiça e da polícia aos escritórios de organizações não governamentais egípcias e estrangeiras, muitas das quais participavam como observadoras nas eleições, com a desculpa de que recebem recursos extras ilegalmente.
Os escritórios de três organizações americanas, a National Democratic Institute (NDI), a Internacional Republican Institute (IRI) e a Freedom House foram revistados, provocando protestos veementes de Washington.
Carter, que chegou na segunda-feira ao Egito, dará uma coletiva na sexta.
A votação para a Câmara de deputados, iniciada em 28 de novembro e realizada sucessivamente em três regiões geográficas, deve terminar nesta quarta-feira, com a exceção das circunscrições onde foi anulada por irregularidades ou problemas técnicos, onde a votação voltará a ser realizada em 19 de janeiro.
A data de publicação dos resultados completos oficiais ainda é desconhecida.
À eleição dos deputados se seguirá, a partir de 29 de janeiro, a dos senadores.