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‘Jacko’ sabia dos riscos de tratar insônia com propofol

Por Por Leila Macor
25 out 2011, 18h59

O cantor Michael Jackson sabia dos riscos de tratar sua insônia com o anestésico propofol e que este medicamento tinha que ser controlado por um médico, declarou esta terça-feira uma enfermeira no julgamento do doutor Conrad Murray, acusado de homicídio culposo do rei do pop.

Michael Jackson morreu em 25 de junho de 2009 de uma “grave intoxicação” de propofol, um poderoso sedativo que ele usava como sonífero e que era administrado por Murray, que afirmou que tentava curar a dependência que o paciente tinha deste anestésico e reconheceu tê-lo injetado naquela manhã, após o cantor passar uma noite em claro.

O julgamento entrou na quinta semana, quando começam a se apresentar as testemunhas de defesa.

A enfermeira Cherilyn Lee, especialista em medicina alternativa e que tratava o cantor em 2009 com remédios naturais, declarou esta terça-feira à Corte Superior de Los Angeles que o “rei do pop” pediu que conseguisse propofol, pois era o único que fazia efeito.

Em 19 de abril, dois meses antes de sua morte, Jackson disse à enfermeira “que tinha problemas para dormir e que o único medicamento que o fazia dormir era o Diprivan”, contou Lee, referindo-se ao nome comercial do propofol.

“Não sei se (Jackson) tinha ingerido (este medicamento) no passado”, mas não parecia familiarizado com ele, acrescentou.

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A enfermeira disse ter telefonado, então, para um médico para se informar sobre o remédio que ela não conhecia, e depois explicou a Jackson que seu uso era restrito a hospitais, e que seria muito perigoso fazê-lo em casa.

“Ele respondeu que os médicos lhe explicaram que era seguro e que não havia problema. ‘Só tenho que ser controlado’, disse. Contei que nenhum médico o administraria em casa”, afirmou Lee.

Jackson “me disse que conheceu o propofol vários anos antes, quando fez intervenções cirúrgicas: ‘acordei e nem sabia que havia dormido tanto tempo. Era tão fácil… Quero reviver esta experiência'”, teria dito o cantor, segundo a enfermeira.

A mulher, negando-se a dar o sedativo, informou ao cantor sobre seus efeitos colaterais: “um dos sintomas era a perda da memória. Perguntei: ‘o que acontece se você esquece a letra de uma música no palco?’. Disse que nunca se esqueceria das letras de suas músicas”, contou.

A enfermeira se sentiu mal durante seu depoimento emocionado e a corte teve que suspender a sessão por alguns minutos para permitir que ela deixasse o recinto e se recuperasse.

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Lee contou que naquele 19 de abril, Jackson acordou depois de quatro horas de sono. “Estava chateado porque queria dormir mais e dizia que os remédios naturais não funcionavam”, declarou a enfermeira.

Ela afirmou que Jackson disse ao acordar, às 03H00 da madrugada: “agora que não pude dormir a noite inteira, não vou poder ensaiar bem hoje. O único que pode me ajudar é o Diprivan, isto não está funcionando”.

O cantor estava ensaiando para os 50 shows que daria em Londres.

A partir de maio, ou seja, dias depois, Murray, um cardiologista de 58 anos, se tornou o médico pessoal do astro. Segundo suas declarações à polícia, ele tratava seu paciente com propofol por via intravenosa quase que diariamente.

Os advogados de Murray querem demonstrar que o cantor era dependente de propofol e que aplicou em si próprio a overdose que o matou. Enquanto isso, a promotoria afirma que o médico agiu com negligência ao ceder aos apelos de seu paciente, interessado no salário de 150.000 dólares mensais.

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Se for considerado culpado, Murray pode ser condenado a quatro anos de prisão e perderá definitivamente sua licença profissional.

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