Jerusalém, 1 nov (EFE).- Os oito principais ministros do Governo israelense se reunirão na tarde desta terça-feira em Jerusalém para analisar as possíveis respostas à entrada da Palestina na Unesco.
Apesar de não haver garantias de que o encontro acabará com decisões, os ministros estudarão várias propostas de reação, como aumentar a construção nas colônias judaicas nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e Cisjordânia, segundo informou a imprensa local.
As autoridades também analisarão a possibilidade de reter as taxas e tarifas que Israel arrecada para enviar à Autoridade Nacional Palestina (ANP), como estipulam os Acordos de Oslo, ou retirar os passes exclusivos de dirigentes palestinos, que com esses documentos podem cruzar fronteiras e postos militares de controle com mais facilidade.
‘O que aconteceu na Unesco não é algo sem importância e deve ser tratado com seriedade. Israel pode escolher efetuar uma resposta unilateral própria a esta iniciativa’, assinalou uma fonte diplomática à edição digital do diário ‘Yedioth Ahronoth’.
Outras fontes ligadas ao Executivo davam a entender que a reação será edificar mais casas em assentamentos situados em ‘lugares que Israel não vê como problemáticos’, embora o anúncio receba ‘críticas internacionais’.
Neste sentido, o ministro das Relações Exteriores, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, defendeu ontem no Parlamento a possibilidade de cortar todos os vínculos com a ANP.
‘Minhas recomendações serão muito claras. Temos que avaliar o corte de todos os vínculos com a Autoridade Palestina. Não podemos seguir aceitando medidas unilaterais uma após a outra’, disse Lieberman, que participará da reunião ministerial desta tarde.
Na manhã desta terça, o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, declarou à rádio militar israelense que o Governo de Benjamin Netanyahu deveria ter sido o primeiro país a aplaudir a votação na Unesco, já que israelenses e palestinos compartilham uma ‘terra com história e cultura comuns’.
Os palestinos se preparam para apresentar também um pedido de ingresso na Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o ministro da Saúde da ANP, Fathi Abu Moghli. EFE