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Investigado pela PF apoiou Zavascki em eleição do Grêmio

Ministro do STF disputou vaga no Conselho Deliberativo do clube em chapa que tinha entre os articuladores o dirigente gremista Eduardo Antonini, investigado na Lava-Jato sob suspeita de ter recebido R$ 500 mil de Youssef

Por Rodrigo Rangel e Laryssa Borges, de Brasília
20 Maio 2014, 06h21

Responsável pela decisão que concedeu liberdade ao doleiro Alberto Youssef, ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e a mais dez presos na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki disputou uma vaga no Conselho Deliberativo do Grêmio numa chapa articulada e apoiada por um dos alvos da investigação.

Na eleição, no ano passado, Zavascki integrou a chapa Grêmio Maior, que tinha entre seus principais articuladores o dirigente gremista Eduardo Antonini, investigado na Lava-Jato sob suspeita de ter recebido 500.000 reais de Youssef.

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Tanto Antonini quanto Zavascki têm uma longa história relacionada ao Grêmio, um dos maiores clubes de futebol do Rio Grande do Sul e do Brasil. O ministro foi conselheiro da agremiação por duas décadas. Eduardo Antonini, membro do conselho, chegou a ser vice-presidente do Grêmio e, de 2011 até o ano passado, presidiu a empresa Grêmio Empreendimentos, encarregada da construção do novo estádio do clube gaúcho.

Na deflagração da Operação Lava-Jato, em março, a casa de Antonini, em Porto Alegre, foi um endereços visitados pela Polícia Federal ao cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. A residência, num condomínio de luxo da cidade, era o local onde Youssef teria mandado um emissário entregar 500.000 reais em dinheiro, segundo a PF.

Por meio da assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki afirmou que “conhece o sr. Antonini, inclusive porque foi ele quem comandou a execução da obra da Arena Grêmio, mas não tem qualquer relação pessoal com ele”. O ministro declarou que, na última eleição para o Conselho do Grêmio, integrou mais de uma chapa – e não apenas aquela apoiada por Antonini – e que não chegou a ser eleito em nenhuma delas.

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Zavascki disse ainda que não sabe se Antonini está sendo investigado ou não porque ainda não teve acesso aos autos da Operação Lava-Jato e que, mesmo que o dirigente gremista esteja entre os alvos, não se considera impedido ou suspeito de atuar no caso “porque não tem qualquer ligação pessoal” com ele.

A VEJA, Eduardo Antonini repetiu o que dissera Zavascki. Ele afirmou não ter relação pessoal com o ministro. “Sim, eu fui um dos apoiadores da chapa, mas o ministro Teori já era conselheiro do Grêmio. Em Porto Alegre, todo mundo me conhece por causa de minha ligação com o clube. Mas, privadamente, eu nunca estive com ele”. “A polícia não foi atrás de mim. O que fizeram foi uma busca no meu endereço. E não encontraram nada, tanto que eu nem fui indiciado”, afirmou o conselheiro do Grêmio.

Lava-Jato – Uma liminar concedida nesta segunda-feira por Zavascki suspendeu todas as ações penais e inquéritos relacionados à Operação Lava-Jato e deve resultar na libertação de doze investigados. Um deles, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, já foi solto. O ministro também ordenou que o caso, que até agora corria na Justiça Federal do Paraná, passe a tramitar no Supremo Tribunal Federal por envolver parlamentares que, por lei, só podem ser investigados e processados pela corte. Entre os envolvidos estão os deputados André Vargas (sem partido-PR), Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Luiz Argôlo (SDD-BA).

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