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Institutos apostam em polarização nas eleições de SP

Por Da Redação
27 jun 2012, 20h50

Por Guilherme Waltenberg

São Paulo – A eleição que vai definir o futuro prefeito da cidade de São Paulo deverá repetir o cenário de outros pleitos e ficar polarizada entre tucanos e petistas. Essa é a avaliação de executivos de alguns dos principais institutos de pesquisa do País, que participaram nesta quarta de uma mesa redonda sobre as eleições deste ano. “O potencial de ocorrer uma polarização (entre petistas e tucanos), inclusive avaliando o histórico da cidade, é muito alta”, afirma o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

A mesma linha de pensamento de Paulino é compartilhada pela diretora executiva de opinião do Ibope, Márcia Cavallari. “São Paulo é uma cidade de disputas polarizadas, tem um histórico”, ressalta. Em sua opinião, essa tendência será, ou não, confirmada com o início da propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão. “O horário de televisão é um marco do início da campanha eleitoral. Até então, o que temos é recall (conhecimento prévio do candidato) e falta de conhecimento”, defende Márcia.

A diretora executiva do Ibope avalia que os dois candidatos com o maior tempo de televisão, Fernando Haddad (PT), com aproximadamente sete minutos e 50 segundos e José Serra (PSDB), cerca de seis minutos e 40 segundos, terão de realizar tarefas distintas em seu tempo de exposição. “O candidato desconhecido (Haddad) terá de fazer uma imagem para conquistar o voto das pessoas. O candidato conhecido (Serra) tem que combater os argumentos de rejeição dele”, afirma. Na opinião de Paulino, a maior dificuldade de Haddad será o fato de ser um desconhecido para a maioria do eleitorado.

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Outro fator que pode mudar a disputa é o ambiente político gerado tanto pela CPI do Cachoeira quanto pelo julgamento do Mensalão, que terá início dia 2 de agosto. “Ao contrário das três últimas eleições (na cidade de São Paulo), que o PT disputou com Marta (Suplicy), que era muito conhecida, esse candidato precisa formar uma imagem e isso vai depender muito da competência da comunicação (da campanha) e também do ambiente político”, afirma Paulino.

Também presente no debate, o consultor em comunicação política, Antônio Lavareda, defendeu a tese que a tendência, com o início da propaganda na televisão, é haver um aumento nas intenções de voto para Haddad. Ele afirma, no entanto, que a partir de agosto, quando começará o julgamento do mensalão, é possível que haja uma queda em suas intenções de votos. “(O crescimento) vai ser um pouco abalado em agosto, pelas pessoas com vergonha do mensalão. Eles vão declinar, mas depois devem continuar com o PT”, avalia Lavareda.

Terceira via

Na opinião dos presentes, o crescimento constante do candidato Celso Russomanno, PRB, não pode ser ignorado. Em janeiro, ele tinha 17% das intenções de voto. Na última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta (27), o candidato chegou a 24%. Para o diretor do Sensus, Ricardo Guedes, Russomano tem o perfil de um candidato de terceira via e o contexto político municipal explica seu crescimento. “(A terceira via) surge quando se tem um desgaste de quem está no poder e a oposição tradicional não está legitimada”, afirma Guedes. “Aí, as condições de crescimento da terceira via estão postas.”

Na opinião de Paulino, o crescimento de Russomano se deve a exposição do candidato em seu programa de televisão e posturas políticas recentes. “É decorrência de sua exposição e de posturas contundentes pela volta das sacolinhas no supermercados, que tem apoio de 56% da população paulistana”, diz. “Não descarto haver uma surpresa (na batalha por quem irá ao segundo turno), até pelo desconhecimento que a população tem do candidato do PT”, reforça.

Márcia, do Ibope, questiona a capacidade de Russomanno manter-se nesse patamar devido ao seu tempo minguado no horário gratuito na televisão. O candidato terá cerca de um minuto e 30 segundos de propaganda eleitoral. “Tem que ver se consegue manter. Há candidatos que sobem em determinado momento, mas não conseguem se sustentar”, diz.

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