Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Imposto sindical pagou multa de Delúbio, diz MP

Entidade filiada à CUT usou CPFs e contas bancárias de associados para quitar o débito

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 ago 2017, 09h15 - Publicado em 25 ago 2017, 12h14

O Sindicato dos Professores de Goiás (Sintego) lançou mão de recursos do imposto sindical para pagar parte da multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no processo do mensalão, ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O caso está sob investigação do Ministério Público estadual e tem como base depoimentos de ex-funcionários da entidade e dos próprios docentes. O esquema teria funcionado da seguinte forma: a presidência do Sintego usou CPFs e contas bancárias de seus associados para contribuir com a “vaquinha” criada por Delúbio a fim de quitar a multa imposta pelo STF, de 466.888 reais. O dinheiro doado não saiu dos bolsos de cada associado, mas da parcela que o sindicato recebia a título de imposto sindical. O Sintego é filiado à CUT, onde Delúbio trabalhou antes e depois de ser condenado pelo Supremo.

Diz a promotora Villis Marra: “Legalmente, o sindicato não poderia pagar vaquinha com dinheiro do sindicato. Essas contribuições são consideradas parafiscais e há todo respaldo de serem investigadas. Os gestores podem responder por improbidade. O gasto ilegal pode ser caracterizado como crime. É dinheiro de contribuição obrigatória para tratar do interesse dos sindicalizados e não meia dúzia de pessoas do partido”. Ex-secretária da presidência do Sintego, Eunice Nogueira Marques disse em depoimento ao MP que a então presidente da entidade, Iêda Leal, pediu a ela que fosse a uma agência da Caixa Econômica Federal, no setor Coimbra, em Goiânia, para realizar depósitos em benefício de Delúbio. Para cumprir a tarefa, Eunice recebeu de sua ex-chefe envelopes com valores específicos, cada um deles associados a um nome e um CPF de um dos diretores do sindicato. A promotoria investiga crimes de peculato, associação criminosa e falsidade ideológica.

Clique para conferir trecho do depoimento de Eva Assis

Clique para conferir trecho do depoimento de Eunice Nogueira

Continua após a publicidade

Já a professora Eva Assis contou ao MP que o comando do Sintego pediu CPFs de seus associados em 2013, ano em que Delúbio começou a cumprir sua pena por corrupção. Nas conversas, a então presidente do sindicato dizia que ninguém precisaria doar dinheiro, mas apenas fornecer seus dados para acobertar o uso do imposto sindical. Já a professora Teresinha Barbosa Bernardes confessou ter recebido dinheiro das mãos da ex-presidente do sindicato para transferir o montante para a conta destinada a Delúbio. Segundo os professores ouvidos pelo MP, os valores repassados a Delúbio variavam de 1.000 a 2.000 reais. Ao MP, Iêda e Maria Euzébia confirmaram ter participado da vaquinha em favor de Delúbio, mas negaram ter usado o imposto sindical para tanto. O Sintego é filiado à CUT. Em 2013, ao cumprir pena no semiaberto, Delúbio voltou a trabalhar na CUT, onde iniciou sua carreira sindical.

A promotora Villis Marra também investiga a possibilidade de o sindicato ter repassado recursos para Dilma Rousseff, com base em inquérito da Polícia Federal no qual o delegado Flávio Leite Ribeiro faz referência a “situação semelhante” da arrecadação da vaquinha para a ex-presidente. A VEJA, Delúbio Soares disse que não vai se pronunciar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.