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Grampos revelam táticas de Dantas nos bastidores

Por Giancarlo Lepiani
11 jul 2008, 08h16

As transcrições de conversas telefônicas entre os envolvidos no esquema investigado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal revelam o envolvimento de Daniel Dantas em numerosos negócios privados e públicos. De acordo com a PF, as mais de 7.000 páginas de grampos guardam as informações mais importantes para entender como o banqueiro do Grupo Opportunity conseguia ter influência tão ampla — ela chegava até ao gabinete da Presidência da República.

Um dos diálogos gravados pela PF mostra a conversa entre o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh e o chefe do gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, no dia 29 de maio. O assunto é justamente a investigação sobre o Opportunity. O petista, contratado como advogado pelo Opportunity, busca saber mais sobre a operação — e o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se compromete a obter informações com o diretor da PF, Luiz Fernando Correa.

“Luiz Greenhalgh, vulgo Gomes, é pessoa muito próxima ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e da ministra Dilma Rousseff”, afirma um relatório secreto da PF, de acordo com reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. O texto, escrito pelo delegado Protógenes Queiroz, destaca que “Greenhalgh também é advogado e possui um escritório, mas os serviços prestados (ao Opportunity) passam longe da assessoria jurídica”.

Conforme o delegado, a parte jurídica ficava nas mãos dos advogados das próprias empresas do grupo, enquanto Greenhalgh “seria o homem de ligação entre pessoas do Executivo federal e empresas estatais”, com a “satisfação dos interesses financeiros mútuos e pessoais” como objetivo final. Numa das conversas gravadas, Dantas fala a respeito do delegado e da operação. “O objetivo continua sendo o original. E quem tá responsável é esse Protógenes mesmo.”

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Cronologia

Nahas e Pitta – Para a PF, os grampos mostram a atuação de Dantas e seus aliados em casos de espionagem industrial, negócios escusos e lobby no governo. Além de detalhar a atuação do banqueiro e das pessoas mais próximas a ele, como a irmã Verônica, o conjunto de gravações telefônicas também explica como atuavam outras peças do esquema, como o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, soltos na madrugada desta sexta.

No caso de Nahas, a PF flagrou conversas em que combinava operações ilícitas. “O cara é quente, é presidente do Banco Mundial”, diz o megainvestidor a um amigo — ele falava sobre informações privilegiadas sobre um corte de juros do Fed, o banco central americano. Já Pitta é flagrado negociando acertos com doleiros. Segundo o Estado, ele é ouvido negociando acordos no valor de 50.000 reais. Às vezes, porém, se contentava com menos — e fechava por 19.000.

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