Um grampo feito pela Policia Federal desmentiu uma declaração dada pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT). Em uma entrevista coletiva no dia 9 de maio, o deputado havia dito que não conhecia Marcos Vieira Mantovani, proprietário da Progus. Mantovani é acusado de ser consultor da suposta quadrilha desarticulada pela PF na Operação Santa Tereza. No entanto, a interceptação telefônica gravada pela PF revela uma conversa entre o parlamentar e o ex-conselheiro do BNDES, Ricardo Tosto, na qual marcam uma reunião no escritório de Mantovani: “Qualquer coisa nos reunimos onde? Lá no… escritório do Mantovani?” Tosto concorda: “É, Mantovani… é… sei lá…” Paulinho então dá a localização aproximada do escritório: “É lá na Paulista lá, perto da Paulista.”
O advogado de Paulinho, que estava presente no dia da coletiva, disse que “não lembra” que o deputado tenha dito que não conhecia Mantovani. Já o defensor de Tosto disse que esse encontro “não aconteceu”. No escritório de Mantovani foram encontrados cheques endereçados a “PA” e “RT” — que, segundo o proprietário da Progus, se referiam a Paulinho e Tosto. Segundo a PF, cada um deles recebeu 18.397,50 reais por uma operação ligada à prefeitura da Praia Grande e 82.162,93 reais por verba destinada às Lojas Marisa. Os cheques estariam relacionados ao esquema de irregularidades nos financiamentos do BNDES.