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Governo do Amazonas soube antes de plano de fuga, diz ministro

Ministro da Justiça afirma que não há risco de rebeliões imediatas em outros Estados por causa da guerra entre facções

Por Felipe Frazão Atualizado em 4 jan 2017, 17h16 - Publicado em 4 jan 2017, 13h08

O governo do Amazonas soube previamente de um plano de fuga em massa no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, onde 56 presos foram mortos por internos de facções rivais durante uma rebelião no fim de semana, na maior chacina em cadeias do país desde o Massacre do Carandiru, na década de 90. Dezenas de presos escaparam e ainda não foram recapturados. A fuga detectada ocorreria justamente entre o Natal e o Ano-Novo. Mesmo assim, houve visitas e até festa com bebidas alcoólicas no presídio.

A informação foi confirmada nesta quarta-feira pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, depois de uma reunião com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Ela viajará nesta quinta-feira a Manaus, para se reunir com autoridades do Estado e presidentes dos tribunais de Justiça da Região Norte, além de verificar a situação nos presídios.

Segundo Alexandre de Moraes, os órgãos de inteligência do Amazonas souberam previamente e teriam reforçado a segurança nas unidades onde se concentram os líderes da facção Família do Norte (FDN), ligada ao Comando Vermelho (CV), do Rio, em guerra contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. O ministro negou que o governo federal tivesse recebido os informes ou solicitações de auxílio na segurança por parte da Força Nacional.

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“A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas tinha informações de inteligência de que estaria sendo planejada uma fuga entre o Natal e o Ano-Novo. Exatamente por isso, segundo as autoridades locais, foi reforçada a segurança e eles passaram a monitorar no dia a dia. Fuga que efetivamente acabou ocorrendo. Mais de duas centenas de presos fugiram. Eu tomei conhecimento disso nas reuniões de segunda e terça-feira, para apurar o caso”, disse Moraes. “A força-tarefa da Polícia Civil está apurando o que ocorreu, quem foram as lideranças e o que foi feito desses informes de inteligência da própria secretaria. Não é possível que entre facas, armamento pesado calibre 12, presos fazendo selfie com celulares à vontade, festa de réveillon com bebidas entrando como verificamos em Manaus. Uma série de erros ocorreu de quem deve administrar o presídio.”

Apesar disso, os órgãos de inteligência do governo federal já haviam mapeado e alertado em reuniões as autoridades para a possibilidade iminente de ataques em presídios e nas ruas por causa da guerra deflagrada entre PCC e CV. O ministro da Justiça negou que outros presídios estejam em risco agora. “Neste momento não há risco, mas rebeliões surgem de repente.” Ele minimizou a disputa entre o crime organizado pelo controle das rotas de tráfico de drogas e nas cadeias, e afirmou que, apesar de esta ser uma das causas, é necessário apurar se as mortes não ocorreram como pretexto para facilitar a fuga. “A questão penitenciária no Brasil é um barril de pólvora há dez, vinte anos, não agora. A diferença é que passou a ser prioridade do governo”, disse o ministro.

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