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Governo diz que perdeu gravação que provaria truculência contra deputado

Amom Mandel (Cidadania-AM) diz que foi intimidado e ameaçado por policiais militares em Manaus. Imagens que provariam a acusação desapareceram

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 7 Maio 2024, 17h32 - Publicado em 4 fev 2024, 17h53
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  • No início de janeiro, o deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) foi parado pela Polícia Militar numa avenida de Manaus. Ele conta que foi tratado de maneira truculenta, intimidado e uma arma foi apontada para a cabeça de sua namorada. Na versão da Secretaria de Segurança do Estado, o parlamentar estava trafegando com as luzes apagadas, ziguezagueava na pista e teria resistido à abordagem. Esse é um caso que, em tese, poderia ser facilmente esclarecido se os policiais estivessem usando câmeras. Os PMs amazonenses, no entanto, não possuem esse tipo de equipamento.

    Para provar que houve abuso de autoridade, o deputado Mandel requisitou então as imagens das câmeras instaladas na viatura usada pelos policiais — e, para “surpresa” do parlamentar, foi informado que as imagens também não existiam. Haviam sido apagadas.

    Mandel atribui a abordagem truculenta dos policiais ao fato de ter feito uma série de denúncias expondo uma suposta ligação entre a cúpula da Segurança Pública do Amazonas com facções criminosas como o Comando Vermelho. No fim do ano passado, ele entregou à Polícia Federal um dossiê com o que seriam vários indicativos dessa conexão. Desde então, diz, vem sofrendo uma série de intimidações. Há poucos dias, o parlamentar foi autorizado a receber escolta especial.

    Depois da abordagem, Mandel acionou a Justiça com objetivo de ter acesso às imagens gravadas pelas câmeras instaladas na viatura da PM. O juiz Paulo Fernando Britto Feitoza determinou  que o governo do Amazonas enviasse as gravações em até 5 dias. Nesta semana, a Secretaria de Segurança disse que procurou a empresa responsável pelo equipamento e foi informada de que as imagens não poderiam ser recuperadas “em função do lapso temporal”.

    A reportagem teve acesso ao documento que a empresa enviou ao governo do Amazonas. “Em resposta ao ofício citado, venho informar que, em virtude do lapso temporal, é inviável a recuperação das imagens da viatura. O módulo foi analisado e está em perfeito funcionamento”, informou a empresa. As câmeras foram fornecidas pela Tecway Serviços e Locação de Equipamentos. O deputado, evidentemente, não acredita na explicação.

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