Governo da Bahia anuncia crianção de UPP em Porto Seguro
Depois de uma onda de ataque de criminosos, Secretário de Segurança tenta tranquilizar população com criação de unidade de polícia inspirada na política de segurança do governador Sérgio Cabral, do Rio
Uma das interpretações possíveis é de que o Rio de Janeiro exporta segurança. A outra, também possível – e provável – é de que o estado exporta a forma de lidar com a opinião pública quando o assunto é segurança. Depois de uma série de ataques a ônibus e estabelecimentos comerciais e bancários em Porto Seguro, no litoral sul da Bahia, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, anunciou a instalação, no próximo ano, de uma Base Comunitária de Segurança, versão baiana das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio. A Bahia tem quatro bases em operação, todas em Salvador. Outra, também na capital, deve ser instalada até o fim do ano.
De acordo com o secretário, a base será instalada no bairro Frei Calixto, conhecido como Baianão, um dos mais populosos da cidade e principal alvo dos criminosos nos ataques registrados na quarta-feira – que deixaram quatro ônibus incendiados, dois depredados e várias lojas e agências bancárias com fachadas quebradas.
Também segundo Barbosa, o reforço policial, de 100 PMs e 30 policiais civis convocados para conter e investigar os ataques, ficará na cidade por tempo indeterminado.
Dezesseis pessoas foram detidas para averiguação desde ontem. Uma delas foi presa em flagrante após ser reconhecida por testemunhas. Os ataques precipitaram a transferência de 70 presos do Complexo Policial de Porto Seguro para outras unidades – 20 deles foram encaminhados ao Presídio de Serrinha, de segurança máxima.
De acordo com a polícia, os ataques têm relação com a fuga, na noite de sábado, de Rivaldo Freitas Oliveira, que escapou do complexo policial da cidade após matar um policial militar. AmeaçadaA investigação sobre o caso levou a polícia a deter quatro pessoas, supostamente envolvidas na fuga. Uma delas, liberada após testemunhar sobre o caso, foi morta a tiros, por dois homens, ao sair do complexo policial, no domingo – ato encarado pela polícia como “queima de arquivo”.
A morte da testemunha teria levado uma quadrilha, liderada por um foragido do sistema penitenciário, chamado André de Jesus e conhecido como Buiú, a promover os ataques.
(Com Agência Estado)