O ex-senador e secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy, afirmou que não deve votar na sua ex-mulher, Marta Suplicy, se ela disputar a prefeitura de São Paulo no próximo ano contra o atual prefeito, Fernando Haddad (PT). Pela primeira vez Suplicy e Marta não estarão no mesmo partido em uma eleição, já que a ex-ministra trocou o PT pelo PMDB. “Ela sabe do respeito que eu tenho por ela, do carinho que ambos temos por nossos três filhos, mas ela há de compreender que eu preciso colaborar ao máximo para que a gestão do prefeito que me convidou para ser secretário transcorra da melhor maneira possível”, disse Suplicy, acrescentando que, se tivesse sido procurado por Marta, teria orientado a ex-companheira a disputar as prévias dentro do Partido dos Trabalhadores. “Agora ela possivelmente terá de disputar prévias dentro do PMDB, que podem ser tão difíceis quanto seriam no PT”.
Perguntado se tem a intenção de voltar a disputar cargos públicos no próximo ano, Suplicy afirmou que “está tudo em aberto”. “Em 2016 estarão em disputa os cargos de vereador e prefeito. Hoje não é minha intenção disputar prévias com o Haddad, mas eu poderia, em tese. Repito que não tenho essa intenção, considero muito o Haddad, ele é um homem sério, transparente, e eu quero colaborar para a boa gestão dele. Mas eu seria um potencial forte candidato, como ele também é e a Marta também”, afirmou. Suplicy não quis dizer quem apoiaria em um eventual segundo turno se Haddad não estivesse mais na disputa. “Primeiro vamos ver quem é que vai para o segundo turno, se é que vai haver segundo turno.”
Rebaixamento – Sobre a perda do selo de bom pagador do Brasil, Suplicy reconheceu que a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor’s “significa um grau maior de dificuldades” para o país – ao contrário do ex-presidente Lula, para quem o rebaixamento “não significa nada”.
“Mas acredito firmemente que o governo da presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica estão realizando um esforço muito grande para, num período relativamente breve, reverter esse quadro para”, concluiu o ex-senador, no XXI Congresso Brasileiro de Economia, promovido pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), em Curitiba.
(com Estadão Conteúdo)