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FHC diz a Moro que presidente ‘não sabe de tudo que acontece’

Ex-presidente depôs ao juiz da Lava Jato nesta quinta-feira em ação penal que tem o ex-presidente Lula entre os réus

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 fev 2017, 14h24 - Publicado em 9 fev 2017, 17h17

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso depôs na manhã desta quinta-feira ao juiz federal Sergio Moro como testemunha de defesa na ação penal que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no banco dos réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No depoimento a Moro, feito por videoconferência, FHC negou saber, enquanto presidente, da atuação do cartel de empreiteiras descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras. O tucano foi arrolado como testemunha pela defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também réu na Lava Jato.

“Nunca houve nenhuma afirmação efetiva de cartelização ou coisa que o valha, pode ter havido. O presidente da República não sabe de tudo que acontece” respondeu FHC a Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula.

O defensor do petista citou a delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que afirma que o cartel que fraudava contratos na estatal foi criado durante o governo de FHC. “Não, nem conheço esse senhor, não tenho a menor ideia, o presidente da República não pode saber o que está acontecendo com todas as pessoas. É um procedimento incorreto de pessoas, que deve ser combatido”, disse o tucano.

Questionado por Sergio Moro se teria havido doações não registradas à Fundação Fernando Henrique Cardoso, FHC respondeu que “não, não, não, isso é absolutamente impossível. Absolutamente impossível. Eu pessoalmente não saberia dizer ao senhor quem deu quanto, eu não sei, mas está tudo registrado. O conselho fiscal vai lá, temos Conselho a quem prestamos contas. Não tem nada por fora, zero, não existe tal hipótese”.

O magistrado perguntou ao ex-presidente se a fundação que leva seu nome tem como fonte de renda a projetos a Lei Rouanet, também alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. “Não, não, não, nem todas, o instituto tem as seguintes fontes de renda: doações, tem gente que doa até hoje, patrocínios, e muitas vezes tem busca de recursos pela Lei Rouanet, para fins específicos”, respondeu FHC.

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Ainda sobre a Fundação Fernando Henrique Cardoso, o tucano disse a Moro que separa sua vida pessoal da “vida institucional”. “Nunca tive cartão corporativo, nunca saiu dinheiro do instituto para viagem minha, nunca recebi um tostão”, ressaltou.

Na ação penal em que FHC depôs, Lula é réu, ao lado de outros sete acusados, por supostamente ter recebido vantagens indevidas de pelo menos três contratos bilionários da construtora OAS, lavados por meio de uma reforma de luxo em um tríplex no Guarujá. O favorecimento indevido da empreiteira ao petista também teria envolvido o armazenamento do acervo presidencial de Lula depois que ele deixou o Planalto.

A respeito de seu acervo, o tucano disse que não teria condições de mantê-lo sem apoio de doadores. “Pela lei, o acervo é de interesse público e é pessoal, só que não tem apoio financeiro nenhum. O presidente quando sai da presidência não tem nenhuma aposentadoria, ele tem quatro assessores, quatro seguranças… e você tem que cuidar desse acervo. Como acervo é de interesse público, apela-se a doadores que possam mantê-lo, porque você é obrigado a manter, mas não tem os meios para isso”, afirmou FHC.

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