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Festas “espontâneas” se tornam desafio para autoridades no litoral

Prefeituras alegam dificuldade de impedir aglomerações promovidas por turistas que insistem em celebrar a virada de ano

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 31 dez 2020, 11h51 - Publicado em 31 dez 2020, 11h48

Ninguém sabe como elas começaram nem quem organizou. Aparentemente, as pessoas, ávidas por comemorar o fim de um ano que não deixará saudade, foram chegando na beira da praia até que a reunião virasse uma festa, sem que as medidas mais básicas para frear a disseminação do coronavírus – como uso de máscara – fossem observadas.

A balada no posto 9 da praia de Ipanema gerou revolta nas redes sociais. A rave à beira mar começou na tarde da quarta-feira e avançou noite a dentro. Só por volta de uma da manhã, a polícia apareceu para dispersar a multidão, mas muita gente seguiu festejando no calçadão.

A prefeitura cancelou a festa na praia nesse réveillon. Não haverá shows, nem queima de fogos. A vigilância sanitária do município informou que irá instalar 54 postos de fiscalização em acesso estratégicos à orla e suspender a concessão de alvarás. A prefeitura destaca ainda que os estabelecimentos que descumprirem as regras podem ser multados em até 15.000 reais.

Nenhuma dessas medidas, no entanto, parece ser capaz de impedir as confraternizações “espontâneas”, movidas a som portátil, alto consumo de álcool, abastecido por vendedores ambulantes. 

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As cenas se repetiram em Barra de São Miguel, litoral sul de Alagoas. A polícia encerrou eventos que desrespeitaram a norma local de proibir aglomerações com mais de 300 pessoas. Na praia dos Carneiros, em Pernambuco, imagens de pessoas bebendo sem máscara, próximas de quiosques, viralizaram nas redes sociais e chamaram atenção das autoridades. Um decreto estadual proíbe eventos desse tipo desde 8 de dezembro.

No litoral paulista, um consórcio formado por nove cidades chegou a anunciar que iria proibir o acesso à praia. As prefeituras de Santos e Guarujá chegaram a instalar gradis no calçadão para impedir a entrada de banhistas na faixa de areia. No entanto, diante da falta de fiscalização, muitas pessoas furaram o bloqueio. Prefeitos de outros municípios que fazem parte do consórcio já admitem que vão desistir de impedir a circulação.

As praias de Búzios, badalado balneário do litoral fluminense, ficaram lotadas para o feriado. Na famosa praias de Geribá, milhares de pessoas se aglomeraram na areia, sem uso de máscaras. As barracas de praia funcionavam normalmente – mesmo com controle sanitário na entrada da cidade, que só permitiam o ingresso de pessoas com residência no município, ou portadores de um QR code emitido por operadores turísticos, como hotéis e pousadas.

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A maioria dos municípios turísticos conta com as festas de ano novo e as férias de verão para movimentar a economia local. Esse ano, a pandemia, atinge em cheio o setor de comércio e serviços, pressionando os prefeitos a relaxarem as medidas sanitárias. Por outro lado, a curva da Covid 19 não dá sinais de que irá arrefecer tão cedo.

Nos últimos dados disponibilizados nesta quarta, 30, o Ministério da Saúde registrou 55.649 novos casos e 1.194 novas mortes. No total, são 7.619.200 casos e 193.875 óbitos confirmados em todo o território nacional.

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