Família de Grazielly pedirá R$15 milhões de indenização
Advogado quer 10 milhões de reais dos pais e padrinhos do adolescente que causou acidente com jet ski. E pede também 5 milhões contra o estado por omissão de socorro. Quatro pessoas foram indiciadas por homicídio culposo
O advogado da família de Grazielly Lames, de 3 anos, atropelada por um jet ski em uma praia de Bertioga, no Litoral Sul de São Paulo, durante o último feriado de Carnaval, informou nesta sexta-feira que pedirá 15 milhões de reais de indenização pela morte da menina. José Beraldo pedirá 5 milhões de reais aos pais do adolescente responsável pelo atropelamento e mais 5 milhões de reais aos seus padrinhos, por danos morais causados à família da menina. “Considerando a idade da criança – ela teria a vida toda ainda pela frente -, considerando a dor abissal da família e o poder aquisitivo tanto dos pais quanto dos padrinhos do adolescente, nós entendemos que é cabível o valor pedido por danos morais”, afirmou Beraldo. O advogado considera a hipótese de entrar também com um pedido no valor de 5 milhões de reais contra o estado por omissão e demora no socorro à Grazielly após o acidente. “O helicóptero demorou 40 minutos para chegar até o local e não deixaram a mãe embarcar junto com a garota”, disse Beraldo. Somadas as indenizações, o valor chegaria 15 milhões de reais. Indiciamento – Nesta quinta-feira, a Polícia Civil anunciou a conclusão do inquérito do caso com o indiciamento de quatro pessoas por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Elas responderão ao processo em liberdade. Foram apontados culpados pela morte da menina José Augusto Cardoso Filho, proprietário do equipamento e padrinho do adolescente de 13 anos, Elivaldo Francisco de Moura, que teria ajudado o menino a levar o jet ski até a praia, Thiago Veloso, dono da marina onde a moto aquática estava abrigada e o mecânico Aílton Bispo de Oliveira, que não teria feito a manutenção adequada do equipamento. O advogado da família ficou insatisfeito com o resultado do inquérito. “Nós esperávamos o indiciamento de todos os familiares do adolescente, com o dolo eventual, pois estavam lá no momento do acidente e facilitaram a fuga e a omissão do socorro”, afirmou José Beraldo. “Nós queremos que os rigores da lei sejam aplicados, mas infelizmente a sociedade vai continuar com a sensação de impunidade”. O Ministério Público de Bertioga vai pedir à Justiça penas socioeducativas para os menores de 13 e 14 anos suspeitos de atropelar e matar Grazielly, segundo a promotora da Vara da Infância e Juventude de Bertioga, Rosana Colletta, responsável pelo caso. De acordo com ela, em depoimento à promotoria, o jovem de 13 anos não negou a autoria do atropelamento. (Com Agência Estado)